Tecnologia

WiMax ganha aliado de peso com a adesão da Sprint Nextel

Terceira maior operadora de celular dos Estados Unidos aposta na nova tecnologia para oferecer banda larga sem fio a 100 milhões de americanos em 2008

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 08h29.

Na disputa pelo domínio do mercado mundial de internet rápida sem fio, os defensores da tecnologia WiMax ganharam um aliado de peso nesta semana. A Sprint Nextel, terceira maior operadora de telefonia celular dos Estados Unidos, com 51,7 milhões de assinantes, anunciou uma parceria com a Intel para implantar uma rede WiMax no país. Os investimentos podem alcançar 3 bilhões de dólares entre 2007 e 2008. Em dois anos, a Sprint espera oferecer banda larga sem fio a cerca de 100 milhões de americanos.

O acordo não apenas confere ao WiMax o aval de uma importante companhia, mas também assinala uma mudança no equilíbrio de forças entre as tecnologias que permitem acesso à internet. A Sprint Nextel já atua no mercado de banda larga sem fio, oferecendo acesso a seus assinantes por meio de sua rede celular, que cobre 85% dos domicílios das 100 maiores cidades americanas. Mas, com a nova rede WiMax, a empresa espera oferecer quatro vezes mais largura de banda por um décimo do preço.

O WiMax é uma das três principais tecnologias que competem pela supremacia do mercado de internet rápida sem fio. Desenvolvido por um consórcio mundial capitaneado pela Intel, o WiMax é uma evolução do WiFi. Enquanto este tem alcance de até 50 metros, o WiMax pode cobrir uma área de até 50 quilômetros de raio, além de multiplicar por sete a velocidade de acesso. Ao lado da Intel, estão peso-pesados do mercado mundial de tecnologia, como a coreana Samsung, a alemã Siemens e a americana Alcatel.

Apesar do peso de seus partidários, o WiMax até agora está restrito a alguns países, como a Coréia do Sul - que conta com a sua própria versão da tecnologia, batizada de WiBro - e o Paquistão. No Brasil, empresas como a Neovia, um provedor de acesso sem fio, e TVA (controlada pelo Grupo Abril, que edita EXAME) realizam testes para implantar redes de acesso sem fio.

Por isso, a adesão da Sprint Nextel é importante para o consórcio, que quer transformá-la na sua maior garota-propaganda nos Estados Unidos. Além disso, uma implantação em larga escala como a da Sprint deve aumentar a escala da produção da infra-estrutura e dos aparelhos capazes de acessar a rede. "Esperamos que a decisão de uma das operadoras líderes da América, e detentora da maior rede de 2,5 GHZ do país, possa influenciar a adoção do WiMax móvel por outras concessionárias em todo o mundo", afirma o presidente da Motorola, Ed Zander.

Segundo os institutos de pesquisa IDC e Gartner, o que está em jogo é um mercado bilionário. Espera-se que o acesso em alta velocidade sem fio atinja, em 2009, um faturamento global de 9 bilhões de dólares.

Um dos principais adversários do WiMax na disputa por esse mercado é a tecnologia MobileFi, desenvolvida por um consórcio liderado pela Qualcomm, e que conta com empresas como ArrayComm e Navini 3. Ao contrário do WiMax, cujo padrão é livre, o MobileFi é uma tecnologia proprietária, pertencente à Qualcomm. Assim, se prevalecer, os fabricantes de equipamentos que a adotarem terão que pagar royalties à sua criadora. Trata-se da mesma estratégia que sustenta atualmente o faturamento da Qualcomm - que também inventou a tecnologia CDMa para celulares.

O outro concorrente do WiMax é a tecnologia 3,5G, que aparece na nova geração de telefones celulares. O sistema já está em uso na Nova Zelândia, por exemplo, onde a empresa IPWireless oferece acesso rápido baseado nas redes celulares. Há testes para a adoção do 3,5G na África do Sul, no Leste Europeu, na Ásia e nos Estados Unidos.

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