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Wikipedia evita política depois de vitória por direitos autorais

Site fez um blecaute de 24 horas contra as propostas norte-americanas de leis de combate à pirataria

Jimmy Wales, o presidente da Wikipedia, afirmou acreditar que os atuais modelos de negócios das companhias de mídia terminarão derrubados (Getty Images)

Jimmy Wales, o presidente da Wikipedia, afirmou acreditar que os atuais modelos de negócios das companhias de mídia terminarão derrubados (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2012 às 18h21.

Londres - A Wikipedia não tem intenção de se tornar uma organização de campanha política, após desempenhar papel chave ao derrotar propostas norte-americanas de leis de combate à pirataria por meio de um blecaute de 24 horas realizado em janeiro, disse o fundador da enciclopédia online, Jimmy Wales.

Companhias de Internet e consumidores, preocupados com a possibilidade de que o projeto de lei prejudicasse a liberdade na rede, venceram uma batalha e conseguiram o adiamento dos projetos em questão por prazo indefinido, depois de realizarem um protesto online sem precedentes.

Wales afirmou acreditar que os atuais modelos de negócios das companhias de mídia, que dependem de imposição rigorosa de direitos vendidos para regiões determinadas, terminarão derrubados.

Mas ele não prevê que sua enciclopédia online -escrita e editada por voluntários, com total mundial de leitores estimado em 365 milhões de pessoas- volte a se envolver em campanhas políticas.

"Realmente não queremos nos tornar uma força de lobby, de qualquer natureza, e nossa esperança é de que não precisemos voltar a fazê-lo", disse Wales em uma conferência do jornal Financial Times sobre mídia digital, em Londres.

"Porque temos essa opinião forte sobre neutralidade... realmente não queremos nos envolver em ativismo político, de modo geral. Não seria a coisa certa a fazer, para nós", disse.

A vitória sobre os projetos de lei de combate à pirataria, SOPA e PIPA, foi comemorada como um triunfo do poder popular e do Vale do Silício, quando dezenas de milhares de pessoas postaram protestos contra eles no Twitter e Facebook e assinaram petições online.

"Hoje vivemos uma era em que o público mais amplo tem uma voz que jamais teve no passado", disse Wales.

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