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Wikileaks revela memorando da CIA sobre terrorismo

Apesar de pressão contrária do governo americano, site publicou mais documentos da agência de segurança do país

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2010 às 18h24.

Washington, 25 ago (EFE).- A organização Wikileaks filtrou hoje em seu site um memorando interno da CIA (Agência de Inteligência Americana) de fevereiro que adverte sobre o impacto que teria se os Estados Unidos fossem vistos no exterior como um país "exportador de terrorismo".

Funcionários admitiram que o documento, que fala do fenômeno de terroristas com cidadania americana, é um memorando da CIA, mas garantiram que não se trata de uma informação "bombástica", segundo a rede "NBC".

O memorando, que foi escrito a pedido do diretor da agência, Leon Panetta, analisa os problemas que podem ser acarretados pelos EUA serem vistos, no exterior, cada vez mais como um país "incubador e exportador de terrorismo".

O Wikileaks publicou o memorando apesar das duras e constantes críticas da Casa Branca e do Pentágono sobre sua maneira de agir após 76 mil documentos sobre a guerra no Afeganistão terem vazado, no final de julho, e da pressão para que não sejam divulgadas as 15 mil páginas restantes.

No documento divulgado hoje, a CIA afirma que no passado foi prestada muita atenção nos casos de terroristas islâmicos com nacionalidade americana que atentavam contra alvos americanos principalmente no território dos Estados Unidos.

Dessa forma, deixaram de analisar o terrorismo de cidadãos americanos, não necessariamente muçulmanos, e que praticam atentados no exterior contra outros alvos.

A CIA assinala que, ao contrário do que se acredita, "a exportação de terroristas não é um fenômeno recente, nem foi associado unicamente a radicais islâmicos ou pessoas de etnias do Oriente Médio, África ou Sul da Ásia".

Em seu memorando, a CIA cita casos como o dos cinco muçulmanos americanos que viajaram no ano passado da Virgínia ao Paquistão para se unir aos talibãs e o do americano de origem paquistanesa que, em 2008, participou do atentado terrorista de Mumbai.

Em sua análise, afirma que a liberdade que existe no país facilita o recrutamento de pessoas e a realização de operações terroristas e assinala que sua principal preocupação é de que a Al Qaeda infiltre membros nos Estados Unidos.

A agência de inteligência analisa o impacto que poderia ter se outros países começassem a ver os EUA como um "exportador de terrorismo" nas relações exteriores.

Nesse caso, os parceiros estrangeiros poderiam ficar menos dispostos a cooperar em "atividades extrajudiciárias", como detenções, transferências e interrogatórios de suspeitos.

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