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WikiLeaks divulga documentos sobre hacking da CIA em Mac da Apple

Em novos documentos, o WikiLeaks também afirmou que aparentemente a agência é capaz, desde 2008, de introduzir vírus em iPhones novos

Mac: especialistas acreditam que os documentos são autênticos, embora a CIA não tenha admitido (Karen Bleier/AFP)

Mac: especialistas acreditam que os documentos são autênticos, embora a CIA não tenha admitido (Karen Bleier/AFP)

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AFP

Publicado em 23 de março de 2017 às 18h44.

Última atualização em 24 de março de 2017 às 12h55.

A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos pode infectar de forma permanente um computador Mac da Apple de um modo que nem sequer a reinstalação do sistema operacional consegue eliminar uma escuta indetectável, segundo documentos publicados na quinta-feira pela organização WikiLeaks.

Em sua segunda entrega do suposto arsenal de documentos da CIA sobre suas ferramentas de hacking, o WikiLeaks também afirmou que aparentemente a agência de espionagem é capaz, desde 2008, de introduzir vírus em iPhones novos e sem uso através da intervenção em dispositivos da Apple e em redes de distribuição.

Trata-se da publicação da segunda série de documentos da CIA pelo WikiLeaks, que em 9 de março divulgou milhares de páginas que detalhavam as técnicas de hacking da agência.

Especialistas acreditam que os documentos são autênticos, embora a CIA não tenha admitido.

Após as primeiras revelações do WikiLeaks, foi iniciada uma investigação para encontrar os autores do vazamento, que algumas fontes atribuem a subcontratados privados da CIA.

Segundo os novos documentos, em 2012 a agência de inteligência desenvolveu uma ferramenta chamada "Sonic Screwdriver", que pode se apropriar do processo de inicialização protegido por senha de um computador da Apple a partir de acessórios periféricos como adaptadores e dispositivos USB.

Por essa via, a agência introduz uma escuta indetectável no firmware (conjunto de instruções operacionais inseridas no hardware de um computador), que não poderá ser apagado mesmo que o aparelho seja reformatado.

O manual da escuta "NightSkies" mostra que a CIA concebeu esta ferramenta de hacking em 2008 para instalá-la fisicamente em iPhones novos.

Segundo o WikiLeaks, portanto, é "provável que muitos dos ataques físicos realizados pela CIA tenham infectado a cadeia de fornecimento da organização hackeada (neste caso, a Apple), incluindo a interdição de encomendas por correio e outros envios", disse o WikiLeaks.

Os arquivos mostram que a CIA tentou fazer o mesmo com laptops da Apple. A agência americana "pode dar de presente a um alvo um Macbook Air no qual o microfone tenha sido instalado", indica um documento datado em 2009.

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