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WhatsApp pode finalmente virar negócio com criptomoeda do Facebook

Se o plano funcionar, o WhatsApp e o Messenger serão novos centros de pagamentos e comércio que ganhariam com pequenas, mas lucrativas taxas

Libra: moeda digital do Facebook pode transformar apps gratuitos em negócios (Reprodução/Getty Images)

Libra: moeda digital do Facebook pode transformar apps gratuitos em negócios (Reprodução/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 3 de julho de 2019 às 10h49.

O plano do Facebook de lançar uma criptomoeda tem potencial de mudar setores inteiros. Um resultado mais provável é que a tecnologia transforme o próprio negócio da gigante de redes sociais. Embora o Facebook obtenha a maior parte de sua receita com publicidade, o CEO Mark Zuckerberg diz que o futuro está no envio de mensagens privadas. É uma via difícil para anúncios digitais famintos por dados, por isso Wall Street se pergunta como a empresa ganhará dinheiro com esse novo futuro. A Libra, a criptomoeda do Facebook anunciada na semana passada, fornece uma resposta tentadora.

"A Libra poderá introduzir um novo e significativo produto e fluxo de lucro para o Facebook nos próximos anos", escreveu Mark May, analista do Citigroup, em recente relatório intitulado " Facebook’s Path to Printing Even More Money (o caminho do Facebook para imprimir ainda mais dinheiro)".

O Facebook tem mais de 1,5 bilhão de usuários tanto no WhatsApp quanto no Messenger, mas praticamente não ganha dinheiro com serviços de mensagens.

Na semana passada, quando o Facebook revelou os planos para a Libra, a empresa também disse que em breve ofereceria novas carteiras digitais dentro desses aplicativos para que usuários pudessem usar facilmente a criptomoeda para enviar dinheiro para amigos e empresas em qualquer lugar do mundo.

Se o plano funcionar, o WhatsApp e o Messenger se tornarão novos centros de pagamentos e comércio que ganhariam com pequenas, mas lucrativas taxas em bilhões de transações, segundo May e outros analistas.

"Este passo é um forte indicador da intenção do Facebook de se tornar uma plataforma transacional (através do Messenger e do WhatsApp), se expandindo muito além de seu amplo negócio de publicidade", escreveu Youssef Squali, analista da SunTrust Robinson Humphrey.

Por enquanto, o Facebook e sua nova subsidiária, a Calibra, que está desenvolvendo as carteiras digitais, descrevem a nova moeda como uma maneira de os indivíduos enviarem dinheiro entre si em diversos países. David Marcus, que coordena o projeto da Libra no Facebook, disse que a empresa não pretende cobrar uma taxa quando as pessoas enviarem dinheiro para amigos e, provavelmente, cobrará "pequenas taxas de transação" por pagamentos a empresas.

Se as pessoas realmente começarem a colocar a Libra em suas novas carteiras digitais, pode ser que o Facebook não precise levar anos para transformar essa atividade em receita. Marcus acredita que as novas carteiras poderiam ter um impacto financeiro mais imediato em uma linha de negócios que o Facebook conhece bem: publicidade direcionada.

Se os usuários tiverem Libra disponível enquanto navegam pelo feed de notícias do Facebook, quando clicarem em um anúncio será mais fácil comprar algo. Isso tornaria os anúncios do Facebook mais atraentes para profissionais de marketing.

"Se houver mais comércio na plataforma, pequenas empresas acabarão gastando mais e a publicidade será mais eficaz para elas", disse.

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