Tecnologia

Mais de 5 milhões de brasileiros tiveram o WhatsApp clonado em 2020

Golpe, que é facilmente evitado, permite que criminosos ganhem acesso a conta do aplicativo das vítimas

WhatsApp: golpe de clonagem do aplicativo afetou 5 milhões de brasileiros em 2020 (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

WhatsApp: golpe de clonagem do aplicativo afetou 5 milhões de brasileiros em 2020 (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 18h43.

Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 16h04.

Uma estimativa realizada pela dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, aponta que pelo menos 5 milhões de brasileiros tiveram seu WhatsApp clonado em 2020. O golpe não é novo e ocorre após a própria vítima ceder aos criminosos – munidos muitas vezes com perfis falsos – os códigos que permitem a ativação da conta em outro celular.

“Temos identificado diversos perfis falsos nas redes sociais, muitos inclusive se passando por empresas, na tentativa de ganhar a confiança das pessoas”, afirma Emilio Simoni, diretor do dfndr lab. “É através de um primeiro contato com a possível vítima, que o golpista utiliza de engenharia social para convencê-la a passar seu código PIN, com o qual pode obter acesso a um WhatsApp indevidamente.”

O especialista explica que os criminosos criam perfis que simulam o visual e a linguagem utilizada pelas marcas em suas plataformas virtuais. As vítimas são atraídas por supostas promoções, descontos e cupons. Outra isca comumente utilizada é um suposto problema em determinada conta bancária ou uma nova atualização de algum aplicativo.

De acordo com as projeções realizadas pela PSafe, o estado de São Paulo foi o mais afetado pela artimanha dos cibercriminosos com 1,2 milhão de vítimas. Já no Rio de Janeiro foram 712 mil golpes aplicados. Em Minas Gerais foram 494 mil ataques virtuais realizados em 2020.

O problema é recorrente. Em setembro do ano passado, a empresa de segurança virtual já havia informado que mais de 12 mil contas de brasileiros no aplicativo estavam sendo clonadas por dia. Em agosto, mais de 377 mil contas do aplicativo foram atingidas pelos ataques – número 90% maior do que o registrado no mês de janeiro do mesmo ano.

Como se proteger

Para evitar ter o WhatsApp clonado é nunca repassar qualquer código recebido por mensagem de texto. Estes códigos servem para a autenticação de acesso de diferentes serviços. É como uma senha. Se essa informação é repassada, outra pessoa pode ter acesso à conta em determinado serviço. Vale ainda desconfiar sempre de perfis falsos, principalmente aqueles oferecendo promoções e pedindo a confirmação ou o envio de algum dado.

Outra recomendação é evitar expor o próprio número de telefone em redes sociais e em aplicativos, o que já permitiria que qualquer pessoa possa contatar o usuário pelo WhatsApp. Também é preciso redobrar a atenção com o aparelho. Evitar deixar o smartphone desbloqueado impede que quem tenha acesso direto ao celular (como uma assistência técnica, por exemplo), possa acessar o aplicativo.

Caí no golpe. E agora?

Caso você tenha sido ou conheça alguém que foi vítima do golpe de clonagem do WhatsApp, é preciso entrar o quanto antes no aplicativo utilizando novamente o código de seis dígitos que é enviado por mensagem SMS. Depois disso, o usuário deve fechar todas as sessões abertas do aplicativo em outros terminais. Acesse Configurações, vá em WhatsApp Web e pressione Desconectar de todos os aparelhos.

É também recomendado que a vítima alerte seus principais contatos sobre o ocorrido, já que estes também podem ser potenciais vítimas do criminoso – que agora poderá se passar pela própria vítima para solicitar códigos ou até mesmo pedir dinheiro emprestado. É também recomendado informar ao suporte do WhatsApp sobre o ocorrido para obter a ajuda necessária para deixar o app mais seguro.

Acompanhe tudo sobre:HackersRedes sociaisseguranca-digitalWhatsApp

Mais de Tecnologia

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma

Netflix atinge 94 bilhões de horas assistidas no primeiro semestre de 2024, afirma CEO