WhatsApp: app tem agora criptografia ponta-a-ponta (desireecatani/ Flickr)
Lucas Agrela
Publicado em 5 de abril de 2016 às 14h41.
São Paulo – Se você se preocupa com vazamento de dados das suas conversas, o WhatsApp diz que você não tem mais nada a temer. A partir de hoje, todas as mensagens que você envia ou recebe no aplicativo (mesmo nos grupos) são codificadas e só podem ser lidas pelos destinatários.
Com a oferta da criptografia ponta a ponta, o WhatsApp diz que usar o seu aplicativo é como ter uma conversa cara a cara com um amigo.
"Estamos orgulhosos de anunciar que concluímos um desenvolvimento tecnológico que faz do WhatsApp um líder na proteção da comunicação privada: criptografia completa de ponta a ponta (End-to-end Encryption). De agora em diante, quando você e seus contatos usarem a versão mais recente do aplicativo, cada ligação que você faz, e cada mensagem, foto, vídeo, arquivo ou mensagem de voz que você envia, são criptografadas de ponta a ponta por padrão, incluindo as conversas em grupo", informou o WhatsApp, em nota a EXAME.com.
O anúncio desse recurso de segurança chega pouco depois de um embate judicial entre o FBI e a Apple. As autoridades pediam que a companhia desse acesso a um iPhone envolvido em uma investigação. A Apple negou o pedido, justificando que oferecer uma porta de acesso (backdoor) poderia comprometer os seus demais clientes, pois essa backdoor poderia cair nas mãos erradas, eventualmente.
Por isso, o WhatsApp deixa clara sua posição quanto ao compartilhamento de dados de usuários com entidades policiais. "Embora reconheçamos o importante trabalho da Justiça em manter as pessoas seguras, os esforços para enfraquecer a criptografia arriscam a exposição de informações dos usuários ao abuso de criminosos virtuais, hackers e regimes opressivos", segundo a dona do app de mensagens mais popular do mundo.
Quem quiser entender melhor como funciona a criptografia utilizada pela WhatsApp pode acessar uma página do site oficial da empresa dedicada ao assunto.
A privacidade dos usuários sempre foi algo que o WhatsApp defendeu a qualquer custo. Exemplo disso foi o bloqueio judicial sofrido pelo app no Brasil no final do ano passado por não compartilhar dados de conversas de um suspeito ligado ao PCC (organização criminosa de São Paulo).
A justificativa apresentada pela companhia foi que os dados dos usuários só permanecem nos servidores da empresa durante o breve período em que eles saem do smartphone do remetente e chegam ao aparelho do destinatário.
A EXAME.com, o CEO da empresa responsável pelo app, Jan Koum, disse que outra medida que a empresa toma em prol da segurança dos dados dos usuários é permitir o acesso por computadores somente quando o celular está perto do usuário. Segundo Koum, o histórico de mensagens fica armazenado apenas no smartphone, evitando que uma cópia fique gravada ou no computador do usuário ou nos servidores da empresa.
O WhatsApp diz esperar que essa medida possa ser um exemplo de como será a comunicação pessoal no futuro: livre, e não vigiada por regimes políticos opressores ou hackers.
"As pessoas merecem ter segurança. Isso possibilita que elas se conectem com as pessoas amadas. Ela nos dá confiança para expressarmos opiniões. Ela permite que troquemos informações sensíveis com colegas, amigos e outras pessoas", escreveu Koum hoje, em seu perfil no Facebook.