hd-helio (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 12h40.
Os discos rígidos tradicionais (HDDs) têm perdido espaço aos poucos para os SSDs e para a nuvem. Mas a alta capacidade de armazenamento ainda é um trunfo nos hardwares do tipo e novas tecnologias pretendem colaborar para aumentar essa capacidade ainda mais. É o caso da inovação usada pela Western Digital no novo HD UltraStar He6 de 6 TB: o interior do disco é preenchido com hélio.
O gás utilizado também para encher balões e deixar a voz engraçada não enche todo o dispositivo, claro. Ao adicioná-lo ao interior de um HDD, a ideia é diminuir o atrito da agulha com o disco prateado em si. Dessa forma, elimina-se a limitação de cinco placas circulares dentro de uma unidade de 3,5 dentro do mesmo espaço, de uma polegada de altura, passa a ser possível empilhar até sete discos.
Mas e o que isso representa em termos de capacidade de armazenamento? Um aumento, claro o HD da Western Digital, por exemplo, é capaz de guardar até 6 TB. Ainda é pouco se levarmos em conta diferentes tecnologias, mas ao limitarmos a uma única unidade, isso torna o disco o de maior capacidade no mercado superando a antiga marca de 4 TB.
Uso prático Além do aumento no total de terabytes suportados, o hélio ainda traz alguns outros benefícios. A diminuição no atrito interno entre agulha e disco provocada pelo gás que tem menor densidade que o ar colabora para aumentar a durabilidade do dispositivo e para um menor consumo de energia. Assim, ao menos no último quesito, o novo HD fica praticamente no mesmo patamar de um SSD, por exemplo.
Para empresas que dependem de servidores dá para encaixar aqui as donas de serviços de armazenamento na nuvem , isso significa um menor espaço ocupado pelos racks de HDs. Pelas contas do AllThingsD, 11 petabytes de capacidade de armazenamento usando as tecnologias atuais exigem 12 baias e 2.880 discos rígidos. Com o hardware que usa hélio, o número baixa para 8 baias e 1.920 HDs. O uso de energia também cai de 33 kW para 14 kW, o que, pensando a longo prazo, significa um gasto menor para a companhia.
No anúncio oficial feito pela WD, já foram citados alguns nomes de empresas e instituições que podem adotar os discos cheios de hélio em breve. A HP, a Huawei, o CERN e o Netflix estão entre elas, e cada uma já deve ter um uso planejado. O serviço de streaming, por exemplo, iniciou testes de streaming de filmes em 4K, enquanto o laboratório europeu de onde saiu a partícula de Deus" depende de grandes capacidades de armazenamento em seus data centers.
Outra ideia é usar os HDs com hélio em servidores resfriados por imersão. Isso porque, ao contrário dos discos tradicionais, os novos da Western Digital são hermeticamente lacrados, como a empresa salientou no anúncio de lançamento. Assim, além de não deixarem o hélio vazar, eles também não permitem que nenhum líquido entre e destrua tudo que está armazenado o que aumenta a segurança dos dados.
Disponibilidade A WD não divulgou preços para os HDs cheios de hélio, mas lá fora, eles estão disponíveis desde a última segunda-feira. No entanto, não é de se esperar que eles cheguem muito baratos e nem tão cedo ao consumidor final, especialmente porque eles são mais voltados para uso em empresas que têm grandes data centers. Ainda assim, no longo prazo, dada a boa durabilidade prometida, eles podem se tornar uma solução de bom custo-benefício para servidores.