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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h19.
A Vivo apresentou nesta quinta-feira (8/10), em São Paulo, um novo serviço para aumentar o uso da transmissão de dados entre seus 18 milhões de clientes. Batizado de Ao Vivo, o produto é uma camada de software desenvolvida pela operadora para facilitar o acesso dos clientes às funções básicas dos aparelhos celulares. De acordo com executivos da Vivo, muitas pessoas não utilizam os serviços de dados porque a operação dos telefones é muito complicada.
Segundo Francisco Padinha, presidente da operadora, o investimento total no projeto é de cerca de 12 milhões de reais, incluindo a verba de marketing. O software foi desenvolvido pelos engenheiros da Vivo em colaboração com uma equipe da Motorola, a primeira empresa a lançar aparelhos equipados com o sistema.
A criação de uma camada de software da operadora "por cima" do sistema operacional que vem embutido no telefone é relativamente nova. Segundo Luís Avelar, vice-presidente de marketing e inovação da operadora, a Vivo está ao lado de empresas como a americana Verizon e a européia Vodafone no uso da tecnologia. "No caso da Verizon, as receitas de dados cresceram 30% em média depois da introdução do sistema", afirmou Avelar. "Na Europa, onde os mercados já estão saturados, o ganho principal é a fidelização dos usuários."
A idéia por trás do Ao Vivo é simples. Em uma única tela, o usuário tem acesso imediato às mensagens de texto (SMS), mensagens multimídia (MMS), caixa postal, alarmes sonoros, edição de imagens e outras funções básicas do celular. De acordo com Padinha, a tentativa é de reproduzir no telefone a experiência que os usuários têm quando se sentam diante de um PC. "Estamos falando de algo que se compara ao sistema gráfico do Windows ou aos navegadores de internet", afirmou Avelar.
A campanha publicitária do novo serviço é toda baseada na idéia de um computador que encolheu. Inicialmente, dois aparelhos da Motorola terão o sistema Ao Vivo embutido. As negociações com os outros fabricantes ainda estão em andamento, segundo os executivos.
Se a novidade vai pegar é uma questão em aberto. Hoje, o fator que diferencia os aparelhos celulares dos grandes fabricantes é justamente o software. Ao permitir que a operadora instale uma "casca" de software, na prática os modelos ficam todos iguais. Em uma recente visita ao Brasil, por exemplo, Yrjö Neuvo, vice-presidente da Nokia para o desenvolvimento de novos aparelhos, falava da vantagem que a companhia finladesa tinha sobre a concorrência justamente porque o sistema de navegação de todos os seus aparelhos era idêntico. "As pessoas trocam um celular Nokia por outro Nokia porque sabem que a utilização será sempre muito parecida", afirmou Neuvo a EXAME.