Pat Gelsinger: novo diretor executivo da Intel assume a empresa no dia 15 de fevereiro (Bloomberg/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 14h05.
Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 17h01.
A Intel está novamente trocando o executivo que vai comandar a empresa no cargo de diretor executivo. No lugar de Robert Swan ficará Pat Gelsinger, que comandou a VMware. Gelsinger já é um nome conhecido do quadro de funcionários da Intel. Antes da VMware, o executivo atuou como vice-presidente e diretor de tecnologia da Intel entre 1979 e 2009. Ele também passou pela empresa EMC.
O mercado reagiu bem ao movimento que deve ser oficializado no dia 15 de fevereiro. As ações da companhia operavam em alta de mais de 7% no momento da publicação desta reportagem. Avaliada em 234,8 bilhões de dólares, a Intel vem patinando na Nasdaq durante o último ano. Em 13 de janeiro de 2020, por exemplo, as ações da companhia valiam 59,60 dólares cada, acima dos 57,25 dólares negociados nesta quarta-feira.
Esta é a segunda troca na cadeira mais importante da Intel em menos de três anos. Em 2018, o executivo Brian Krzanich anunciou que estava deixando o cargo devido a um relacionamento com uma funcionária da empresa, o que gerou uma violação à política da empresa que impedia relacionamentos entre os empregados. Krzanich estava no comando da Intel desde 2013, quando substituiu Paul Otellini.
"Pat é um líder comprovado em tecnologia com um histórico distinto de inovação, desenvolvimento de talentos e um profundo conhecimento da Intel. Ele continuará uma abordagem de liderança cultural baseada em valores com um foco na execução operacional", disse Omar Ishrak, presidente independente do conselho da Intel.
"Estou emocionado por voltar e liderar a Intel neste momento importante para a empresa, nossa indústria e nosso país", disse Gelsinger. "Tendo começado minha carreira na Intel, é meu privilégio e uma honra retornar nesta posição de liderança. Tenho um grande respeito pela rica história da empresa e pelas tecnologias poderosas que criaram a infraestrutura digital mundial.
A Intel busca uma reformulação para seu negócio. Em 2020, a companhia viu o acordo para o fornecimento de chips para computadores da Apple ser desfeito, uma vez que a companhia da maçã terá seus próprios processadores em seus MacBooks. A companhia ainda é a principal fabricante de chipsets, com uma fatia de 63,7% do mercado, conforme reportado pela consultoria Statista.
Em cifras, a situação também não é das melhores. O lucro caiu 28,6% no terceiro trimestre do ano passado, com 4,28 bilhões de dólares. A receita também foi menor. O faturamento do trimestre foi de 18,3 bilhões de dólares, 4,5% menor do que o registrado no mesmo período de 2019. O lucro por ação caiu 25% para 1,02 dólar por papel.
Oficialmente a Intel diz que a troca não tem relação com os resultados obtidos até agora. A companhia informou que espera os resultados do quarto trimestre superem as previsões anteriores e ajudem a companhia a obter um ano com resultados não tão ruins.