Tecnologia

Jack Dorsey, veterano do Vale do Silício, vê Bluesky crescer e prova tese por redes sociais seguras

Bluesky cresce 300% no uso diário em países-chave enquanto Threads, da Meta, tenta reverter queda de engajamento com novas funcionalidades

Jack Dorsey: o fundador e ex-CEO do Twitter também ajudou a criar o Bluesky (Joe Raedle/Getty Images)

Jack Dorsey: o fundador e ex-CEO do Twitter também ajudou a criar o Bluesky (Joe Raedle/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 15h25.

Última atualização em 25 de novembro de 2024 às 16h08.

Desde a eleição presidencial nos Estados Unidos, a rede social Bluesky, criada por Jack Dorsey e outros inovadores, experimentou um salto expressivo em sua base de usuários.

Segundo dados da Similarweb, o uso do aplicativo aumentou quase 300% no Reino Unido e nos EUA, atingindo 3,5 milhões de usuários ativos diariamente.

Falamos com a diretora da Bluesky sobre o futuro da rede social no Brasil

Esse crescimento foi impulsionado por uma migração de acadêmicos, jornalistas e políticos progressistas desiludidos com o X (antigo Twitter), controlado por Elon Musk, que é um apoiador declarado do presidente eleito, Donald Trump.

Antes de novembro, o Threads, da Meta, superava o Bluesky em cinco vezes o número de usuários ativos diários nos EUA.

No entanto, agora o Bluesky reduziu essa diferença: o Threads é apenas 1,5 vez maior que seu concorrente, de acordo com os mesmos dados.

Essa mudança reflete o impacto das decisões estratégicas tomadas pelas duas empresas e marca o crescimento de uma alternativa focada na descentralização e no controle do usuário.

Bluesky: uma visão de futuro para debates saudáveis?

Descrito como uma "evolução natural" do antigo Twitter por especialistas como Adam Tinworth, o Bluesky tem como diferencial sua proposta descentralizada e o uso do protocolo AT Protocol, que permite que os usuários personalizem sua experiência e gerenciem seus dados de forma independente.

Liderada pela programadora Jay Graber, a plataforma oferece recursos como "pacotes iniciais" para facilitar a curadoria de contas, autoverificação e até a possibilidade de usar domínios personalizados como identificadores.

Jack Dorsey, conhecido por sua visão inovadora, idealizou o Bluesky ainda em 2019, quando era CEO do Twitter. Seu objetivo era criar um ambiente digital mais saudável e controlado pelos próprios usuários, um contraponto ao modelo centralizado de redes sociais tradicionais.

Essa iniciativa agora parece estar se concretizando, à medida que o Bluesky ganha tração entre usuários descontentes com as mudanças no X sob Elon Musk.

Para muitos, isso demonstra que Dorsey continua a mostrar uma visão apurada para criar espaços de debate público que favoreçam a diversidade e a liberdade de expressão sem abrir mão da moderação ética.

A saída de Dorsey do conselho do Bluesky em maio deg 2024, alegando preocupações com decisões da equipe, apesar de desamparar a empresa em algum sentido, mas não freou o avanço da plataforma.

Meta ajusta Threads para tentar conter êxodo

A ascensão do Bluesky ocorre em um momento delicado para o Threads, lançado em julho de 2023 como a principal aposta da Meta para competir com o X.

Com uma proposta inicialmente voltada a entretenimento e conteúdos leves, o Threads deliberadamente excluiu notícias e debates políticos de seu feed, uma decisão amplamente vista como uma tentativa de evitar polêmicas sobre moderação de conteúdo.

Essa abordagem, no entanto, se provou ineficaz para atrair usuários durante um período de alta discussão política, como as eleições nos EUA.

Donald Trump, que frequentemente critica empresas de tecnologia, chegou a chamar a Meta de “inimiga do povo”. No entanto, recentemente elogiou a postura da empresa em “ficar fora da eleição”. Por outro lado, a ausência de conteúdo relevante afastou usuários que buscavam um ambiente mais engajado e informativo, algo que favoreceu o crescimento do Bluesky.

Diante dessa crise, a Meta começou a ajustar o Threads. Entre as mudanças recentes está a introdução de “feeds customizados”, permitindo que os usuários escolham temas ou pessoas específicas para seguir, recurso semelhante ao já existente no Bluesky. A mudança foi implementada rapidamente, após apenas cinco dias de testes, o que sugere uma tentativa de frear o avanço do rival.

Adam Mosseri, chefe do Threads, afirmou que o aplicativo teve 15 milhões de novos cadastros apenas em novembro, mas reconheceu que há "muito trabalho a ser feito" para aumentar o engajamento de longo prazo.

Acompanhe tudo sobre:TwitterRedes sociaisApps

Mais de Tecnologia

POCO X6 Pro ou Samsung Galaxy A55: qual vale mais a pena na Black Friday?

Mobilidade elétrica: infraestrutura de carregamento cresce 49% na China

Samsung Galaxy S23 ou Samsung Galaxy A55: qual vale mais a pena nesta Black Friday?

Celular Xiaomi bom e barato: 9 modelos para comprar na Black Friday