Tecnologia

Velocidade média de 4G é maior do que banda larga no Brasil

Relatório da OpenSignal mostra a velocidade da rede móvel brasileira, que está bem acima da internet fixa

Internet: conexão de alta velocidade ainda chega a poucos brasileiros (Thinkstock/Thinkstock)

Internet: conexão de alta velocidade ainda chega a poucos brasileiros (Thinkstock/Thinkstock)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 15 de novembro de 2016 às 07h00.

Última atualização em 15 de novembro de 2016 às 07h00.

São Paulo – A velocidade média da internet móvel 4G é maior do que a da banda larga no Brasil. De acordo com um estudo divulgado pela OpenSignal, o brasileiro navega na internet com velocidade de 19,61% Mbps quando usa o celular, a mesma do Marrocos. Esse número é quase cinco vezes mais do que a média da banda larga no território nacional, avaliada pela Akamai no início deste ano, que é de 4,1 Mbps.

Em Singapura, Coreia do Sul e Hungria, a população tem à disposição internet mobile de mais de 40 Mbps.

Essa disparidade entre as velocidades existe por conta da necessidade de uso de fibra óptica para os pontos de acesso domésticos de alta performance. Segundo dados divulgados pela Anatel na última semana, apenas 6,07% dos pontos de acesso à internet banda larga no Brasil.

Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa no Brasil (empresa fornecedora de fibra óptica), afirmou em um encontro com jornalistas em setembro que “apesar da situação do mundo estar complexa, a demanda por fibra ainda está muito alta”, indicando um movimento de expansão contínua de infraestrutura de rede de alta velocidade.

A preparação das operadoras para a oferta de 4G também ainda precisa crescer quando o assunto é 4G. E o Brasil ainda está muito longe dos países com melhor disponibilidade de rede móvel veloz.

A cobertura da rede 4G no país ainda não chega a quase metade da área nacional: 53,86% tem pontos de acesso a internet móvel mais veloz do que o 3G. Países menores do que o nosso estão no topo do ranking da OpenSignal. Coreia do Sul tem 4G em 95,71% do seu território, o Japão, em 92,03%, enquanto a Lituânia tem o sinal em 84,73% de sua área.

“Apesar do 4G ainda estar em estágios diferentes de desenvolvimento ao redor do mundo, ele se tornou uma força dominante onde já está estabelecido”, de acordo com a OpenSignal.

Vale notar que o relatório da entidade sobre conexões móveis é feito com base nos dados coletados a partir de seu aplicativo para smartphones. Para esse estudo em particular, 17.065.628.107 pontos de acesso foram avaliados no período entre 1º de julho e 30 de setembro.

Para a 5G Americas, organização que monitora e administra a adoção de padrões de conexão móvel nas Américas, a expansão da rede 4G tende a evoluir. “Este cenário continuará no futuro com a chegada de tecnologias que ofereçam velocidades cada vez mais rápidas. Por exemplo, LTE-A já é oferecida comercialmente no Chile e no Peru, apresentando velocidades comerciais de até 250 Mbps nesses mercado”, afirmou José Otero, diretor da 5G Americas para América Latina e Caribe.

Otero ressalta que uma das vantagens das novas redes sem fio, como a LTE, é que elas podem oferecer velocidades acima de 20 Mbps. “Estas velocidades são superiores às oferecidas por muitas operadoras de DSL ou Cable Modem da América Latina, especialmente àquelas que também comercializam estes serviços em áreas rurais”, declarou o diretor.

Alguns smartphones, como o iPhone 7, já são compatíveis com redes móveis de altíssima velocidade. No entanto, ainda não há um serviço de telefonia móvel para consumidor final que atinja os picos de 250 Mbps suportados pelos aparelhos.

A situação da banda larga deve melhorar até 2019, se o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações cumprir a meta de levar internet veloz a 70% dos estados brasileiros, atendendo a 95% da população brasileira.

Acompanhe tudo sobre:4GBanda largaInternet

Mais de Tecnologia

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma

Netflix atinge 94 bilhões de horas assistidas no primeiro semestre de 2024, afirma CEO