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Vazamento mostra que Apple quer que funcionários parem de vazar segredos

A Apple pediu que os funcionários parem de vazar informações internas sobre planos futuros... e seus funcionários vazaram essa informação

Apple: empresa quer que seus funcionários parem de vazar segredos (Aly Song/Reuters)

Apple: empresa quer que seus funcionários parem de vazar segredos (Aly Song/Reuters)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 22 de abril de 2018 às 07h00.

Última atualização em 22 de abril de 2018 às 07h00.

A Apple pediu que os funcionários parem de vazar informações internas sobre planos futuros e mencionou a possibilidade de ações judiciais e acusações criminais, uma das medidas mais agressivas da maior empresa de tecnologia do mundo para controlar informações sobre suas atividades.

A empresa com sede em Cupertino, Califórnia, afirmou em um extenso memorando publicado em seu blog interno que “flagrou 29 vazadores” no ano passado e observou que 12 deles foram presos. “Além de perderem o emprego, essas pessoas podem enfrentar grandes dificuldades para conseguir emprego em outro lugar”, acrescentou a Apple. A empresa preferiu não comentar na sexta-feira.

A Apple descreveu situações em que informações foram vazadas para a imprensa, como uma reunião neste ano em que o diretor de engenharia de software da Apple, Craig Federighi, contou aos funcionários que alguns dos recursos planejados para o software do iPhone seriam adiados. A Apple também mencionou um pacote de software que seria lançado e que revelava detalhes sobre o iPhone X e o novo Apple Watch, que também não tinham sido lançados.

Informações vazadas sobre um novo produto podem impactar negativamente as vendas de modelos atuais, dar aos concorrentes mais tempo para elaborar uma reação competitiva e levar a menos vendas quando o novo produto for lançado, de acordo com o memorando. "Queremos ter a oportunidade de dizer a nossos clientes por que o produto é ótimo, em vez de que outra pessoa faça isso de qualquer jeito", disse Greg Joswiak, executivo de marketing de produto da Apple, no memorando.

A medida faz parte de iniciativas mais abrangentes e de longa data das empresas de tecnologia do Vale do Silício para monitorar e limitar as informações que seus funcionários divulgam publicamente. Empresas como Google e Facebook são bastante abertas com os funcionários sobre seus planos, mas vigiam estritamente suas comunicações externas e às vezes demitem pessoas quando encontram vazamentos.

A Apple é notoriamente sigilosa quanto ao desenvolvimento de seus produtos. Em 2012, o CEO Tim Cook prometeu redobrar os esforços para manter em segredo o trabalho da empresa. Apesar disso, a imprensa continuou publicando reportagens sobre a companhia para satisfazer à demanda por informações sobre uma empresa que se tornou parte fundamental das carteiras de investimento, muitas das quais financiam fundos públicos de aposentadorias para professores e outros trabalhadores essenciais.

Em 2017, a Apple realizou uma reunião confidencial com funcionários em mais uma tentativa de acabar com os vazamentos. Desde então, várias publicações, entre elas a Bloomberg News, divulgaram detalhes sobre o iPhone X, um novo decodificador para streaming de vídeo da Apple TV, um novo Apple Watch com LTE, os próximos óculos de realidade aumentada da empresa, novos modelos do iPad, melhoras do software e detalhes sobre os próximos modelos do iPhone e dos fones de ouvido AirPods.

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