O portal de buscas Google espera que o preço de sua ação fique entre 108 e 135 dólares, durante a oferta pública inicial de ações na Nasdaq, a bolsa que congrega as maiores empresas do mundo digital. Se a previsão for cumprida, a companhia passará a valer entre 29 bilhões e 36,25 bilhões de dólares.

Segundo o jornal britânico Financial Times, os 36,25 bilhões que o Google pode atingir é menos de um bilhão de dólares abaixo do valor do Yahoo, a maior empresa de internet do mundo. Mas os analistas de Wall Street têm dúvidas sobre o mecanismo da oferta pública anunciada pelo Google. A companhia deseja vender suas ações em um leilão, o que pode elevar artificialmente o preço dos papéis. Numa operação convencional, a companhia e os bancos participantes determinam um valor inicial para os papéis, mesmo que menor do potencial de alta.

Nos casos de leilão dos papéis, a única forma de evitar uma sobrevalorização é a empresa adotar, no contrato da operação, uma cláusula que lhe dê o direito de aplicar um desconto sobre o montante captado. Fontes ligadas ao Google, porém, afirmam que essa cláusula não está nos planos da empresa.

A companhia afirmou, ainda, que o total emitido pode alcançar 3,83 bilhões de dólares, caso os bancos que coordenam a operação venderem um lote extra de ações, estimulados pela elevada demanda do mercado. O valor é bem superior aos 2,7 bilhões que o Google pretendia captar inicialmente. A colocação de um lote extra também ajudaria a evitar uma alta insustentável no preço dos papéis. A emissão deveria ocorrer até o final de julho, mas agora pode atrasar em um mês.

No segundo trimestre, as receitas do Google cresceram 7,5%, taxa bastante inferior aos 27% do primeiro trimestre do ano. Para a companhia, a redução no ritmo de crescimento deve-se a fatores sazonais, mas alguns analistas desconfiam que o resultado pode indicar que a fórmula de vender espaço publicitário vinculado a uma ferramenta de busca pode ter se esgotado mais rápido do que a empresa gostaria.