Pavel (Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 12h31.
Andreas Pavel, o teuto-brasileiro criador do Walkman, afirmou nesta quarta-feira (3/12) que usa um walkman somente como objeto de decoração, não para ouvir músicas." O walkman não tem mais espaço", disse Pavel, que registrou a patente do produto em 1977. O inventor diz que é difícil imaginar qual será a próxima revolução na indústria musical após a popularização das músicas em formato MP3.
"Hoje você pode ter acesso a 25 milhões de músicas, basta escrever o nome em seu smartphone. É difícil imaginar um progresso além disso, exceto no que diz respeito à qualidade de som", disse Pavel a INFO, durante uma sessão de perguntas e respostas no Facebook promovida pelo Senai. "E, naturalmente, a integração da conexão de streaming no próprio fone de ouvido."
Além disso, Pavel conta que não teve dificuldades para criar o Walkman. "Foi só uma reconfiguração de tecnologias que estavam a mão de todos: mecânica de K7, cabeças magnéticas e fones de ouvido", declarou.
Ele conta que começou a procurar uma forma portátil de reproduzir o som que tinha em sua abóbada em São Paulo. Nessa pesquisa, encontrou no K7 e no fone de ouvido uma maneira de tornar seu projeto realidade. "Demorei 5 anos para descobrir que não era tão óbvio", confessa Pavel.
À época, não houve resistência por parte do público, segundo o criador do Walkman, mas a história foi diferente quando Pavel tentou comercializar sua invenção. "Os empresários acharam que não havia mercado para o walkman", segundo Pavel.
Apesar da patente de 1977, a Sony lançou seu primeiro walkman em 1979, sem dar crédito à invenção de Pavel. A negociação sobre os direitos da tecnologia durou até 2004, quando a empresa concordou em assinar um contrato reconhecendo a invenção e dando a Pavel uma soma em dinheiro desconhecida.
Atualmente, o inventor do walkman se dedica a um projeto diferente, que não tem a ver com música, mas está ligado ao áudio: telefonia 3D.