Segundo os autores, o culpado seria a radiação eletromagnética gerada durante a comunicação sem fio (stock.XCHNG)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2011 às 14h00.
Los Angeles - Uma nova pesquisa, publicada no Fertility and Sterility, mostra que a qualidade do sêmen piora em contato com dispositivos como laptops conectados à rede Wi-Fi.
Para chegar à conclusão, pesquisadores usaram amostras de sêmen de 29 homens saudáveis e colocaram algumas gotas sob um laptop conectado à internet sem fio. Quatro horas após, em um quarto da amostra os espermatozoides deixaram de se mover. Na amostra usada como controle, colocada longe do computador, o índice foi 14%.
Além disso, 9% da amostra teve danos no DNA, um número três vezes maior do que as amostras usadas como controle.
Segundo os autores, o culpado seria a radiação eletromagnética gerada durante a comunicação sem fio. "Nossos dados sugerem que o uso do laptop conectado à Internet via Wi-Fi e posicionado perto dos órgãos reprodutivos podem reduzir a qualidade do esperma", eles dizem. "Ainda não sabemos se esse efeito é induzido por todos os computadores conectados via Wi-Fi ou quais condições de uso aumentam o efeito."
Um teste feito com um computador ligado, mas não conectado via Wi-Fi, não detectou níveis significativos de radiação.
O resultado alimenta dúvidas levantadas em outras pesquisas. Uma equipe descobriu, por exemplo, que a radiação dos telefones celulares cria espermatozoides frágeis em laboratório. No ano passado, urologistas descreveram como o uso do laptop nos joelhos pode aumentar a temperatura nos testículos até níveis que não são saudáveis para os espermatozoides.
No entanto, especialistas têm dúvidas sobre os resultados. Robert Oates, presidente da Sociedade de Urologia e Reprodução, diz que os laptops não são uma ameaça significativa à saúde reprodutiva do homem.
"Trata-se de um teste artificial. É interessante, mas não traz relevância biológica, diz. Até agora, nenhum estudo focou na influência do laptop na fertilidade ou taxas de gravidez.