EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h20.
A Microsoft dominou a Comdex de Las Vegas este ano com o console de games Xbox e com seu enorme espaço que abrigava mini-estandes de outras empresas mostrando soluções para Windows XP e a plataforma .Net. Os estandes da Microsoft estavam superlotados, mas ainda não há nenhuma indicação de que as pessoas estejam correndo para comprar o Windows XP. Ninguém quer fazer o upgrade nem vê nenhuma razão para comprar novos computadores, a não ser que algo exija maior poder. No passado, as pessoas adotariam alegremente um novo sistema operacional, mas o processo se tornou caro e arriscado. A menos que sua máquina tenha pifado sem chance de conserto, poucas pessoas vão correr esse risco. Essa reação se deve às parcas melhorias registradas na área de problemas com upgrades e também à degradação de compatibilidade. Em outras palavras, a máquina necessariamente não trava menos, mas funciona adequadamente se tiver menos softwares antigos.
Muito disso está ligado à imagem da Microsoft em relação a bugs. Travando ou não, as pessoas sempre acham que os travamentos ocorrem. Até os programas de humor na TV americana fazem piadas com os paus do Windows. Escrevi, recentemente, uma crítica aos bugs nos programas da Microsoft e me diverti ao receber carta de um profissional da área afirmando que eu dizia besteira: as máquinas dele nunca tinham travado na última década! (O.k., eu acredito.) Ele conclui dizendo que sujeitos como eu tinham algo contra a Microsoft -- eis porque falávamos em tantos bugs. Acho que ele mora em Marte e que estamos falando de empresas completamente diferentes.
A probabilidade de o Windows XP ser mais estável que o 98, Me ou 2000 ainda está para ser provada. Estou rodando todos esses sistemas em várias máquinas e todos eles dão paus de diferentes formas. O Windows 2000, conhecido por ser o mais estável dos três, é muito estável, quando é estável. Mas ele tem venetas. Meses atrás, pluguei num laptop um sintonizador de TV D-Link, via porta USB. A coisa nunca funcionou direito. Pior: o Windows 2000 travava com a simples conexão do aparelho. Com o sintonizador desplugado, o 2000 reiniciava aleatoriamente no meio de um processo qualquer. Poucos testemunharam verdadeiras instabilidades do Win2000, mas -- diferentemente do Win98 e da tela azul da morte -- quando ele dá pau, simplesmente reinicia de surpresa. Isso aconteceu repetidamente, até a taxa de mais de uma vez a cada hora. Fui ao item Adicionar e Remover Programas, no Painel de Controle, e removi o dispositivo de vídeo da
D-Link, além de meia dúzia de outros programas desnecessários, assumindo que alguma combinação deles causava o problema. A máquina voltou a ficar estável.
Durante seu recente período de estabilidade, no entanto, ele revelou uns problemas singulares. O mais esquisito deles o levava a fechar o Eudora sem nenhum motivo aparente. Foi uma situação estranha que desapareceu depois de um mês. Era assim: eu entrava no programa de e-mail Eudora para enviar uma mensagem. Clicava em Open File para abrir um arquivo. O programa abria a lista de arquivos e começava a buscar os que têm a extensão TXT. Quando você clicava em All Files (todos os arquivos) para localizar outras extensões, o Eudora saía do ar. Por que isso? Não faz sentido. Um dia, parou de acontecer e o programa voltou a funcionar corretamente.
Há outras anomalias no Windows 2000. O que eu gostaria de saber é: o que esses sistemas mais novos realmente nos trouxeram desde o Windows 95? Eles não são particularmente mais rápidos, exceto na inicialização e no fechamento. Mas isso poderia ser introduzido com uma correção. O suporte a USB, também. Não há nenhuma razão verdadeira para um sistema novo quando o anterior não foi completamente corrigido. O que nos leva a pensar que um sistema novo, com um código maior, vai funcionar melhor do que este que temos e já não funciona bem? Não entendo essa lógica e, aparentemente, outras pessoas também não. Assim, muita gente se mostra cada vez mais relutante diante do upgrade.
A queixa mais interessante que tenho ouvido a respeito do Windows XP é sobre sua incapacidade de atualizar adequadamente os recursos de sistema. Pelo menos um sujeito que conheço roda muitos programas em carrossel, carregando-os e tirando-os da memória. Ele diz que precisa reiniciar a máquina de tempo em tempo porque os recursos simplesmente se esgotam. Aparentemente, o sistema não sabe fazer a faxina doméstica e espera que os programas façam todo o trabalho. Ei, o DOS era assim! Um verdadeiro sistema operacional deve fazer a maior parte de tudo.
De todo modo, se o Windows XP não trava todo dia, não faz nenhuma diferença. Em alguns casos, você mesmo tem de fazê-lo reiniciar de vez em quando. Bem, pelo menos ele é bonito.