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Universidade mexicana cria sensor para detectar câncer de mama com saliva

O projeto começará a realizar testes clínicos em pacientes e está protegido sob direitos de propriedade industrial no México, com solicitação de patente

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 16h24.

 Pesquisadores da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) do México desenvolveram um nanobiosensor para o diagnóstico antecipado de câncer de mama por meio de um papel cromatográfico e uma amostra de saliva, informou nesta segunda-feira o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt).

Ximena Estefanía Olvera Rocha, bolsista de mestrado em Engenharia Biomédica do Conacyt, desenvolveu como projeto de tese a pesquisa intitulada "Dispositivo analítico em papel, baseado em um sensor químico enzimático óptico para a detecção antecipada de câncer de mama e monitoração de estado pós-operatório".

Nikola Batina, pesquisador do Laboratório de Nanotecnologia e Engenharia Molecular da UAM, que assessorou Olvera em seu projeto junto com o professor Miguel Cadena, explicou que escolheram a saliva porque sua retirada não machuca o paciente, não é invasiva e é mais fácil de obter.

"Além disso, é possível encontrar o marcador específico na saliva", disse o doutor em Química pela Universidade de Zagreb, Croácia, citado em comunicado do Conacyt.

Batina comentou que uma das fases mais difíceis da pesquisa foi o design do sensor.

"Foi difícil encontrar o procedimento para gerar um padrão em um design tridimensional dentro do papel, que permitisse o fluido autônomo e uniforme da saliva para determinar se o paciente tem ou não câncer", detalhou.

"Queríamos um nanobiosensor que a pessoa possa usar a cada seis meses para estar tranquila. Uma gota de saliva pode ser a diferença entre dormir tranquilo ou não", acrescentou.

Uma das maiores vantagens potenciais deste dispositivo é que o teste demora não mais de 10 minutos e pode ser feito em casa.

"Nossa filosofia é que seja acessível. Não são necessários aparatos clínicos especiais, e a resposta 'sim' ou 'não' com base na cor que aparecer", explicou.

Batina salientou que este sensor também é crucial para aqueles pacientes em período pós-operatório após um tratamento de metástases, pois permitirá saber se o câncer retornou ou não.

O projeto começará a realizar testes clínicos em pacientes e está protegido sob direitos de propriedade industrial no México, com solicitação de patente.

O Conacyt indicou que o projeto pode constituir-se em uma alternativa aos métodos mais utilizados para a detecção do câncer de mama: a mamografia e o autoexame.

No entanto, o equipamento empregado na mamografia é custoso e, portanto, poucas pessoas podem realizá-lo. No caso do autoexame, é necessária uma educação em saúde para que as pessoas aprendam a realizar o procedimento.

 

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