Internet: relatório constata que avanços alcançados em matéria de liberdade de imprensa estão retrocedendo "em regiões que passaram por transições políticas" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 16h47.
Copenhague - A Unesco demonstrou sua preocupação nesta terça-feira com "a privatização da censura" na Internet, em referência ao crescente controle de conteúdos por parte de intermediários, como os sites de busca e as redes sociais.
A atuação destes intermediários põe em risco a transparência da livre circulação da informação, advertiu a Unesco no relatório "Tendências Mundiais da Liberdade de Expressão e do Desenvolvimento da Mídia", divulgado hoje em Estocolmo.
O relatório também constata que os avanços alcançados em matéria de liberdade de imprensa estão retrocedendo "em regiões que passaram por transições políticas e nas quais as leis de liberdade de imprensa nem sempre são aplicadas de maneira eficaz".
No entanto, apesar destes fatores e do predomínio econômico de um grupo de empresas nos meios de comunicação, a Unesco ressaltou que o aumento do número de fontes e de plataformas informativas repercutiu positivamente no pluralismo.
A aparição de novos modelos de gestão também supôs o surgimento de "organismos jornalísticos independentes", segundo o estudo.
"É preciso que atuemos no terreno para reforçar os marcos legislativos nacionais, para formar e capacitar os jornalistas e impulsionar o conhecimento dos meios de comunicação", assinalou em comunicado a diretora geral da Unesco, Irina Bokova.
A adoção do Plano de ação das Nações Unidas sobre a segurança dos jornalistas contribuiu para melhorar a tomada de consciência sobre a importância deste aspecto nos últimos anos, apesar do aumento do número de jornalistas assassinados.
Segundo dados da Unesco, entre 2007 e 2012, 430 jornalistas foram assassinados, incluindo 23 mulheres.
A maioria dos crimes citados foi cometido fora das zonas de conflito e, inclusive, segue impune.
O relatório divulgado pela Unesco, realizado com o apoio do governo sueco, analisa as tendências em matéria de liberdade de imprensa desde 2007 com base em quatro parâmetros: a liberdade dos meios, o pluralismo, a independência e a segurança dos jornalistas.