Tecnologia

Um gigante isolado: por que Google, Amazon e Microsoft não devem desbancar essa empresa tão cedo

A Nvidia é responsável atualmente por mais de 70% das vendas de chips de IA no mundo e disputa quase sozinha no topo de segmento de chips gráficos

Mercado de chips: demanda por processadores para IA devem mais do que dobrar até 2027 (Divulgacão/Divulgação)

Mercado de chips: demanda por processadores para IA devem mais do que dobrar até 2027 (Divulgacão/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 08h26.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h47.

A inteligência artificial está no centro de um dos mais disputados mercados do momento. Uma corrida quase armamentista para eleger os grandes players dominantes. Gigantes como Amazon, Google, Meta e Microsoft estão com apetite para investimentos pesados na área, mas enfrentam desafios menos comuns nessa nova jornada.

Um deles vem pelo fato de não conseguirem disputar em pé de igualdade com um concorrente inesperado. Uma uma empresa que originalmente foi fundada como processadora gráfica para games hoje domina o setor chips de alta performance para a IA: a Nvidia.

Para se ter uma ideia, a companhia fundada em 1993 nos EUA é responsável hoje por mais de 70% das vendas de chips de IA no mundo, segundo a empresa de pesquisa Omdia. Com as vendas da empresando subindo 206% em 2023, seu valor de mercado cresceu US$ 1 trilhão.

Esse domínio da Nvidia tem um custo alto para as big techs. E é exatamente isso que elas querem desenvolver: alternativas aos chips da Nvidia. Mas a tarefa não será fácil.

Amazon, Google, Meta e Microsoft já começaram a se movimentar, mas estão encontrando dificuldades nessa luta. Segundo o The New York Times, enquanto a Nvidia vendeu 2,5 milhões de chips no ano passado, o Google gastou de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões na construção de cerca de um milhão de seus próprios chips de IA. A Amazon gastou US$ 200 milhões em 100 mil chips no ano passado. Já a Microsoft começou a testar seu primeiro chip de IA.

A grande "virada de chave" da Nvidia nesse campo da IA foi quando pesquisadores da empresa perceberam que os chips usados no processamento gráfico para games seriam muito bons também para criação de sistemas, agora chamados de redes neurais, que hoje impulsionam a IA generativa.

Quando houve essa descoberta, a empresa rapidamente modificou seus chips e o software relacionado para IA e assim tornaram-se padrão na indústria.  Segundo a empresa de consultoria Gartner, o mercado de chips de IA deverá mais do que dobrar até 2027, chegando a cerca de US$ 140 bilhões

As big techs querem entrar de vez nesse mercado e cortar a dependência com a Nvidia. Segundo o New York Times, a empresa vende seus chips hoje por US$ 15 mil cada, enquanto Google gasta uma média de apenas US$ 2 mil a US$ 3 mil em cada um deles.

Mas as gigantes de tecnologia também precisam ficar atentas ao próprio quintal. No ano passado, a Nvidia iniciou seu próprio serviço de nuvem, no qual as empresas podem usar seus chips, e está canalizando processadores para uma nova onda de provedores de nuvem, como a CoreWeave, que concorrem com ninguém menos que Amazon, Google e Microsoft.

Acompanhe tudo sobre:NvidiaInteligência artificialMicrosoftMetaAmazonChips

Mais de Tecnologia

Vale a pena comprar celular na Black Friday?

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital

Na Finlândia, o medo da guerra criou um cenário prospero para startups de defesa

Brasileiros criam startup para migrar tuítes antigos para o Bluesky