Celular: na comparação com renda do brasileiro, país está na 119ª posição do mais barato ao mais caro (Marco Ugarte/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 17h29.
São Paulo - Mais uma vez o Brasil aparece como o país com a telefonia móvel mais cara do mundo, no relatório "Medindo a Sociedade da Informação", divulgado anualmente pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Pelo relatório, o custo médio de uma cesta de serviços (de 51 minutos e 100 mensagens de texto por mês em planos pré-pagos) no Brasil é de US$ 48,32, ou seja, algo em torno de R$ 123.
O valor é muito superior aos de US$ 16,9 de custo médio da cesta de serviços dos 166 países analisados.
Na comparação com a renda do brasileiro, entretanto, o país está na 119ª posição do mais barato para o mais caro.
Antecipando-se à divulgação dos números da UIT, o SindiTelebrasil contratou a consultoria Teleco para apurar o valor efetivamente cobrado pelas operadoras em 17 países, além do Brasil.
Isso porque a UIT utiliza os valores homologados pelas companhias junto aos órgãos reguladores, o que não leva em conta descontos e promoções.
"Em nenhum momento podemos dizer que a UIT está errada, porque ela pegou os preços diretos dos balcões. Mas podemos dizer que o preço da UIT não representa a realidade", afirmou na ocasião o presidente-executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy.
De acordo com o estudo contratado pelo sindicato, o preço do minuto do celular dentro da cesta da UIT seria de US$ 0,24 e não US$ 0,74, como aponta o estudo da UIT.
Assim, na comparação com os demais 17 países, o Brasil seria o oitavo mais caro deles.
Outro argumento apresentado pelo SindiTelebrasil para corroborar a tese de que o preço apurado pela UIT não corresponde à realidade é o fato de que multiplicando o tempo médio gasto no celular (133 minutos, segundo a Anatel) pelo preço do minuto de US$ 0,74, o brasileiro gastaria por mês R$ 220 com telefonia móvel.
Além disso, a cesta média de serviços considerada pela UIT não está aderente à realidade de consumo no Brasil, segundo o sindicato.
A UIT considera que dos 51 minutos, 53,1% seriam destinados para a mesma operadora; 26,4% para celulares de outra operadora e 20,5% para telefones fixos.
No levantamento do Teleco foi considerada uma cesta de 100 minutos, sendo que 90% seria para celulares da mesma operadora; 5% para outra operadora e 5% para telefones fixos.