Uber: empresa paga indenização milionária após motoristas recusarem transporte a mulher cega com cão-guia (Germano Lüders/Exame)
Thiago Lavado
Publicado em 5 de abril de 2021 às 10h26.
Última atualização em 5 de abril de 2021 às 18h31.
A Uber vai indenizar uma mulher cega e seu cachorro em 1,1 milhão de dólares após 14 motoristas terem se recusado a transportá-la enquanto utilizava a plataforma.
De acordo com Lisa Irving, as negativas renderam a ela atrasos para o trabalho, para a missa de Natal e para sua própria festa de aniversário. Ela foi deixada por motoristas na chuva e no escuro e passou por situações humilhantes porque foi proibida de transportar seu cão-guia.
Em entrevista ao jornal The San Francisco Chronicle, Irving afirmou que em uma situação um motorista aceitou levá-la, mas durante a viagem ficou irritado por estar transportando o cão-guia dela e ameaçou deixá-los no meio da estrada. De acordo com ela, mais de 60 viagens foram canceladas pelo aplicativo antes de chegarem.
De acordo com uma corte de arbitragem na Califórnia, a decisão da causa pelo lado de Irving aconteceu porque a Uber "permitiu que motoristas que discriminaram passageiros com deficiência continuassem dirigindo sem disciplina".
Não é a primeira vez que a Uber tem de pagar indenizações desse tipo. Em 2016, a companhia pagou 2,6 milhões de dólares em um acordo pelo mesmo motivo, de discriminação contra pessoas cegas e cães-guia. Atualmente, a plataforma tem uma política para animais de serviço (disponível apenas em inglês).
Apesar do valor milionário, Irving ainda terá de arcar com custos processuais e honorários advocatícios, que lhe custarão mais de 800.000 dólares da indenização paga pela Uber.