Embora um aumento de felicidade tenha ocorrido entre janeiro e abril de 2009, no geral, a população tem se mostrado menos contente, com uma queda acentuada no primeiro semestre de 2011 (Ron Bennetts/ Flickr)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 13h04.
São Paulo- Nos últimos três anos, cientistas coletaram publicações do Twitter para avaliar o humor do mundo. A conclusão? Estamos mais tristes.
Embora um aumento de felicidade tenha ocorrido entre janeiro e abril de 2009, no geral, a população tem se mostrado menos contente, com uma queda acentuada no primeiro semestre de 2011.
Outras conclusões, bastante compreensíveis, são as de que há picos de felicidade nos finais de semana, seguidos de uma queda grande nas segundas e terças feiras. Outros picos incluem datas como Natal e Dia dos Namorados, enquanto a crise econômica dos Estados Unidos, o tsunami do Japão ou a morte do ator Patrick Swayze fazem cair o índice.
A análise foi realizada por pesquisadores da equipe do matemático Peter Dodds, da Universidade de Vermont. Em 36 meses, eles reuniram mais de 46 bilhões de palavras escritas na rede por 63 milhões de usuários em todo o mundo.
Usando um serviço da Amazon chamado Mechanical Turk, a equipe contratou voluntários para ranquear e avaliar as palavras. Eles tinham que atribuir, de um a nove, um valor para o quão “feliz” eram as dez mil das palavras mais comuns do inglês. Em media, “risada” teve 8,5, comida 7,44, caminhão 5,48, ganância 3,06 e terrorista 1,3. Essas notas foram então atribuídas às palavras coletadas, gerando uma medida da felicidade expressa pelos usuários. Como os tuítes têm hora, dia e muitas vezes até localização, é possível relacionar o que as pessoas estão sentido a diferentes momentos ou lugares.
O trabalho, divulgado na revista científica PLoS ONE, faz uma observação: os resultados obtidos são uma amostragem referente, claro, somente às pessoas que usam o Twitter. A pesquisa é apenas um indicativo, no entanto, com a popularização do serviço, as conclusões tiradas se tornam mais relevantes. Os pesquisadores ressaltam ainda que a felicidade individual é uma das mais importantes métricas sociais. A maioria das políticas públicas visa aumentar esses índices, mas medi-los é muito difícil: na abordagem tradicional, por meio de entrevistas, as pessoas tendem a mentir.