Tecnologia

Twitter quer monetizar base de clientes no Brasil

Companhia, que tem no Brasil seu segundo maior mercado, pode abrir escritório em São Paulo


	A Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 são dois eventos que contribuem para que o Twitter tenha maior foco no Brasil
 (Oli Scarff/Getty Images)

A Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 são dois eventos que contribuem para que o Twitter tenha maior foco no Brasil (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 17h02.

São Paulo - Sem sequer por um pé no Brasil, o Twitter foi capaz de atrair 40 milhões de membros nessa nação obcecada com redes sociais.

Agora, a companhia norte-americana diz que é a hora de abrir um escritório em São Paulo para monetizar seu crescimento na maior economia da América Latina, seguindo os passos de seu rival Facebook.

"O Twitter cresceu organicamente", disse o novo diretor do Twitter Brasil, Guilherme Ribenboim, em recente entrevista à Reuters.

"Acreditamos que, com o escritório no Brasil, vamos conseguir nos aproximar dos usuários brasileiros e mostrar o valor da nossa plataforma. O Brasil tem um mercado bastante maduro de Internet e também de publicidade, além de termos uma base (de usuários) muito grande e muito engajada. Então isso faz com que a gente tenha oportunidade de monetizar essa base", disse o executivo, ex-vice-presidente do Yahoo! para a América Latina.

Converter a enorme base de usuários em lucro é o maior desafio do Twitter e de outras redes sociais.

O Twitter é a mais recente empresa norte-americana de tecnologia a desembarcar no Brasil, onde o crescimento da classe média e uma penetração da Internet de 40 por cento atraíram recentemente Facebook, Netflix e Amazon.


O Brasil é o segundo maior mercado do Twitter em termos de número de contas após os Estados Unidos e o quinto em termos de atividade na rede social, segundo a empresa francesa de pesquisa de mercado Semiocast.

O Twitter, uma companhia de capital fechado avaliada em cerca de 8 bilhões de dólares, tem também duas outras boas razões para estar no Brasil: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016.

A rede social bateu um recorde de 150 milhões de mensagens durante as Olimpíadas de Londres em 2012, que capitalizou com contratos publicitários e uma forte integração com os canais de televisão que transmitiram o evento.

"A Copa e os Jogos são grandes eventos que estão vindo e temos uma tremenda oportunidade de alavancar e mostrar a plataforma nesses momentos", disse Ribenboin. "Ela já está acontecendo. Na prática, a gente já está em conversas (com anunciantes) para buscar oportunidades e estratégias." O Twitter vende publicidade por meio de tópicos e mensagens patrocinadas. A empresa baseada em San Francisco anunciou nos últimos meses ferramentas para facilitar o direcionamento de anúncios e publicidade em sua plataforma.


TWITTER VS FACEBOOK

Embora o número de contas no Twitter quase tenha dobrado no último ano no Brasil, o tráfego cresce lentamente.

Uma das razões parece ser a agressiva expansão do Facebook, cuja plataforma interativa é considerada por muitos brasileiros como mais atraente que as mensagens de texto de 140 caracteres do Twitter.

"Todas as empresas de Internet estão buscando audiência, seja para monetizar através de e-commerce ou de publicidade", disse Ribenboim. "Nós temos um espaço que é nosso e é muito diferente do de outras redes sociais".

A batalha pelo Brasil, disse o executivo, será nos dispositivos móveis. Hoje, apenas um terço dos twits brasileiros são gerados a partir de aparelhos sem fio, metade do que nos EUA.

Mas a proporção deve crescer à medida em que a classe média emergente acessa a Internet por seus celulares.

As vendas de smartphones no Brasil cresceram 77 por cento durante o primeiro semestre de 2012, segundo a empresa de pesquisa de mercado IDC.

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