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Twitter elimina símbolo de verificado de milhares de usuários

Elon Musk tinha prometido se desfazer do símbolo azul, que descreveu como um sistema que diferenciava os usuários entre "nobres e vassalos"

Twitter: polêmica aquisição do Twitter por Elon Musk também resultou na demissão de milhares de funcionários da plataforma e na saída de anunciantes (Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images)

Twitter: polêmica aquisição do Twitter por Elon Musk também resultou na demissão de milhares de funcionários da plataforma e na saída de anunciantes (Jonathan Raa/NurPhoto/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 21 de abril de 2023 às 09h18.

Nem Donald Trump, nem Justin Bieber, e nem o papa Francisco foram poupados. Nesta quinta-feira (20), o Twitter começou a remover maciçamente o selo azul de verificado dos usuários que não aderiram ao programa Twitter Blue.

O dono da rede social, Elon Musk, que pagou 44 bilhões de dólares pela companhia (cerca de R$ 235 bilhões na cotação de outubro de 2022, quando a aquisição foi concluída), tinha prometido se desfazer do símbolo azul, que ele chegou a descrever como um sistema que diferenciava os usuários entre "nobres e vassalos".

Como alternativa, ele passou a vender o selo a qualquer um que pagasse 8 dólares mensais (R$ 40) pelo programa Twitter Blue, uma manobra que, segundo o próprio Musk disse no ano passado, "vai democratizar o jornalismo e empoderar a voz das pessoas".

Hoje, milhares de perfis com amplo reconhecimento público, como os de celebridades e políticos, e também os de muitos jornalistas da AFP e de outras organizações de mídia, apareceram sem o símbolo de verificação.

O selo desapareceu de perfis de celebridades como Cristiano Ronaldo, Bill Gates e Lady Gaga, e de muitos jornalistas, acadêmicos e ativistas. Até mesmo a conta @jack, do fundador da rede social Jack Dorsey, está sem o selo azul.

Agora, apenas quem assinar o programa Twitter Blue poderá ter o símbolo de verificado, cuja cor muda segundo a natureza do perfil, além de outros benefícios, como escrever tuítes ou publicar vídeos mais extensos e editar publicações dentro do prazo de 30 minutos.

O senador americano Brian Schatz chamou a atenção para possíveis consequências na confiança do público em caso de tragédias e desastres.

"Realmente deveria haver uma maneira de se verificar que os gestores de emergências são reais nesta rede, ou os impostores causarão sofrimento e morte", tuitou.

"Não estou reclamando sobre o meu próprio selo de verificado, apenas acho que, durante desastres naturais, é essencial saber que a FEMA é realmente a FEMA", acrescentou, ao se referir à Agência Federal para o Gerenciamento de Emergências dos EUA, que emite alertas em caso de eventos como furacões e fortes tempestades.

A eliminação dos selos nesta quinta se soma a uma disputa entre o Twitter e várias organizações de notícias que reclamaram de terem sido etiquetadas como "afiliadas ao Estado" ou "financiadas pelo governo".

Rádios públicas como a NPR dos Estados Unidos, a CBC do Canadá e a Sveriges Radio da Suécia já tomaram a decisão de abandonar a rede social.

A polêmica aquisição do Twitter por Elon Musk também resultou na demissão de milhares de funcionários da plataforma e na saída de anunciantes.

Além disso, os usuários se queixam que os discursos de ódio e desinformação têm proliferado na rede social e que perfis com posturas extremas estão ganhando terreno por causa de uma menor moderação de conteúdo.

Neste mês, um prognóstico detalhado apontou que as receitas do Twitter com publicidade podem cair bastante em 2023.

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