Tecnologia

TV Samsung impressiona com tecnologia quântica em tela 4K

Samsung 65JS9000 impressiona com praticidade, e sistema promissor

Samsung 65JS9000 impressiona com praticidade, e sistema promissor

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 17h49.

Última atualização em 21 de outubro de 2016 às 18h43.

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A TV Samsung 65JS9000, da linha SUHD, é uma das mais caras da Samsung. Ela possui uma tela curva de 65 polegadas com resolução 4K, com tecnologia de ponto quântico (algo já visto no smartphone LG G4). De acordo com a empresa, o método de implementação dessa tecnologia é proprietário da Samsung, que permite cores mais vivas. De fato, a imagem da televisão é de boa qualidade, mas o preço da TV é alto: 18.000 reais. Confira a análise do INFOlab a seguir e entenda se esse produto vale a pena para você.

Design

A JS9000 é fina em todo o seu corpo. As bordas laterais, de metal escovado, possuem 1,8 cm de largura, enquanto no topo e na parte de baixo, há medade disso, pouco abaixo de 1 cm.

O principal fator que torna a tela tão fina é o fato de todas as entradas e saídas ficam para fora da TV, em uma pequena caixa metálica que a Samsung chama de OneConnect. Ela se conecta à TV por um cabo proprietário que cuida da energia e dados. As conexões são 4 HDMI, uma saída proprietária para cabos de vídeo composto e componente, uma entrada USB 3.0 para HDDs ou pendrives e duas entradas USB 2.0 para gamepads com cabo. Também há uma entrada Ethernet, para conexão de internet cabeada e uma saída óptica de áudio digital.

A aparência da caixa é totalmente espartana, sem indicação alguma de sua real função. Isso torna consideravelmente mais conveniente ligar cabos à tv, já que a caixa pode ficar em um local de fácil acesso.

A base é bonita e muito sólida, mas dá certo trabalho para montar. O INFOlab sugere que nenhuma TV deste tamanho seja montada com menos de duas pessoas. Caso contrário, o risco de acidentes é iminente.

Sistema

A insistência da Samsung em abandonar o Android e seguir seu próprio projeto, o Tizen, começa a dar frutos nas Smart TVs da marca. O que se pode ver, no entanto, é que estes frutos ainda estão bastante verdes e ainda vão tomar algum tempo até amadurecerem.

Visualmente, ele lembra o Web OS 2.0, usado nas TVs LG. Um menu na parte inferior mostra os aplicativos, com a possibilidade de mais serem baixados pela loja online da Samsung. Na parte de cima ficam menus e outras funções independentes de apps, como troca de entradas e a funcionalidade de múltiplas telas sendo mostradas ao mesmo tempo na TV.

A loja de apps ainda possui pouca coisa, mas é possível ver o potencial da TV para coisas que necessitam de maior poder de processamento, como games. Em especial, jogamos Asphalt 8, que roda perfeitamente e nativamente na TV. Jogamos utilizando um controle USB Logitech F310 (que não vem incluso) e sentimos que o Tizen pode se tornar uma boa plataforma para jogos casuais tão boa quanto é a Android TV.

O sistema é bonito, o pointer do controle é intuitivo, as opções são variadas, mas os bugs são inúmeros, além de certa lentidão na troca de aplicativos. Ficam aqui alguns deles, enumerados em nenhuma ordem específica.

Ao entrar no app de jogos Gamefly, foi necessário deslogar de nossa conta e refazer o login, todas as vezes em que entramos no app.

O app do Youtube travou mais de uma vez, voltando à tela inicial.

Ao utilizarmos a função de busca por voz do controle (que possui um microfone embutido), notamos que o sistema reconheceu o que queríamos (Youtube e Netflix, respectivamente), mas deu mensagens de erro “o aplicativo não foi encontrado”. Um clique do colorido botão Smarthub nos mostrava que ambos os aplicativos estavam ali, instalados, mas a pesquisa por voz não pôde encontrá-los.

Na loja de apps, a memória interna para a instalação de aplicativos era de aproximadamente 3 GB. Mesmo conectando um flash drive na porta traseira do OneConnect, não era possível utilizar o dispositivo USB para armazenar dados.

Em suma, é um sistema que tem muitos pontos para serem melhorados, mas é bonito e intuitivo. Se houver um bom trabalho por parte da Samsung em termos de desenvolvimento continuado, ele pode se tornar excelente com alguns updates de sistema, neste mesmo aparelho. O lado bom é que a TV, ao contrário do smartphone, tem um ciclo de troca menor e as fabricantes sabem disso. É possível que esse modelo receba diversas atualizações ao longos dos próximos anos.

Imagem

Quando chegamos a este nível de televisor, é bastante difícil reclamar da qualidade de imagem, mas ao fazer comparações com outras tecnologias é possível notar as diferenças.

A imagem da 65JS9000 é um espetáculo. As cores são incrivelmente vivas em qualquer situação, graças à tecnologia de ponto quântico, que utiliza nanocristais para criar certos tons de cor. O resultado é realmente impressionante e se mostra mais em cenas mais coloridas.

Por ainda ser uma TV LCD retroiluminada por LEDs, o contraste dos pretos não é o mais impressionante. Comparar painéis LCD e painéis OLED pode não ser exatamente justo, mas esta TV está na mesma faixa de preço que modelos OLED de outras marcas, portanto a comparação faz sentido. Nesse ponto, a tela da Samsung não possui “pretos tão pretos” quanto a concorrência, notavelmente a LG 55EG9500, que testamos aqui no INFOlab. Todos os ajustes de imagem vieram da empresa sem ajustes, exceto o contraste, que já estava no máximo, possivelmente para exacerbar estas qualidades. É uma TV com imagem excelente, se não comparada a suas concorrentes de preço parecido.

Um recurso que vem ativado por padrão e mais atrapalha do que ajuda é o Auto Motion Plus, que tenta tornar mais “suave” o movimento, criando frames artificiais entre os já existentes. Isso é bastante inconsistente e acaba fazendo com que a taxa de frames de vídeos oscile para mais ou menos. Isso causa uma sensação de que o vídeo está sendo rodado em um hardware que não o suporta. É mais interessante uma taxa de frames fixa em 30 do que uma que oscila entre 30 e 60, que é o que parece ocorrer quando o Auto Motion Plus está ativado.

Ela também é curva, o que não melhora em nada a experiência do usuário. Já testamos TVs curvas antes e não estamos convencidos de que elas fazem qualquer diferença para melhor. A curvatura é muito leve e, embora diminua alguns reflexos luminosos laterais, cria outros, por conta de seu formato.

Vale a pena?

É uma TV de imagem excelente, com um design belíssimo (particularmente no aço escovado das bordas) e um sistema que, embora ainda não esteja particularmente estável, tem potencial para crescer, o que já se mostra pelo excelente hardware e pelos jogos que rodam muito bem nativamente.

Se qualidade de imagem é sua prioridade, a linha LG EG9500, que possui tela de OLED e também preenche todos os requisitos por ser curva e 4K, é uma melhor escolha. Pela facilidade de conexão e upgrade do One Connect, além do sistema com apps e jogos mais interessantes do Tizen, a Samsung 65JS9000 não deve ser descartada como uma opção atraente.

Ressaltamos ainda que o fato de a TV ser curva acrescenta consideravelmente a seu preço, sem que o usuário ganhe qualquer coisa em termos de qualidade de imagem. Outros modelos da mesma marca com a mesma tecnologia e formato flat podem fazer mais sentido para o bolso.

Ficha técnica

Tamanho55 e 65 polegadas
ResoluçãoUHD (3840 x 2160 pixels)
Entradas4 HDMI 2.0, 1 USB 3.0, 2 USB 2.0, 2 Coaxial, Componente e Composto
SaídasÓptica
DadosGigabit Ethernet + Wi-Fi AC, Bluetooth 4.0
SistemaTizen

Avaliação técnica

PrósImagem excelente, sistema promissor, One Connect é inovador e útil.
ContrasHá TVs OLED pelo mesmo preço com melhor contraste e o sistema ainda possui bugs.
ConclusãoUma TV de alto nível que mostra a evolução do sistema Tizen.
Imagem8,7
Áudio8
Conexões8,5
Interatividade8.5
Reprodução de mídia8.5
Design8.5
Média8.5
PreçoR$ 18.000,00
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