Manifestantes do Movimento Passe Livre protestam contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo (Gianluca Ramalho Misiti / Flickr)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 10h47.
São Paulo - O uso de ferramentas de internet como blogs e redes sociais aumentou o poder de organização dos manifestantes do movimento Passe Livre, que há uma semana protestam contra o reajuste nas tarifas de ônibus e metrô na capital paulista.
O quarto grande protesto do grupo, que aconteceu nesta quinta-feira (13), por exemplo, contou com ajuda do Facebook para somar participantes à manifestação no centro da cidade. Até às 17 horas de ontem, 25 mil pessoas confirmaram presença no evento “Movimento Passe Livre (MPL)” no Facebook. O uso das redes ajuda a espalhar rapidamente as decisões das lideranças do movimento e ampliar a participação popular nos protestos.
Outro serviço usado pelo movimento é o Tumblr. Na página “O que não sai na TV”, os manifestantes divulgam relatos e depoimentos das pessoas que participaram das mobilizações.
Além de textos, a página no Tumblr traz fotos e vídeos que mostram agressões de policias contra os manifestantes. Criado na quarta-feira, 12, o site já conta com 44 postagens sobre os eventos ocorridos na capital paulista e também em outras cidades onde há movimentos similares, como Goiânia e Rio de Janeiro.
O uso de Tumblr, avalia o movimento, serve de contraponto à cobertura da mídia, que na opinião do Movimento Passe Livre retrata os manifestantes como pessoas violentas. Chamados de “baderneiros” e “vândalos” pelo governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB), os jovens do MPL alegam que os atos de violência durante as três manifestações já realizadas foram iniciados pela polícia.
Em função do grande prejuízo à cidade causado pelo impasse entre governos e movimentos sociais , o Ministério Público de São Paulo pediu à prefeitura e ao governo estadual que adiem, em 45 dias, a decisão de reajustar a tarifa do transporte público (ônibus e metrô) de R$ 3 para 3,20. Governo e prefeitura, no entanto, descartam o adiamento e afirmam que não negociarão com o movimento até que “cessem os episódios de violência”.
Alguns membros do Movimento Passe Livre admitem que é difícil controlar todos os manifestantes e concordam que houve episódios pontuais de destruição de mobiliário público, como estações de metrô e cabines policiais, mas responsabilizam a repressão da Polícia Militar pela escalada de violência. Já a PM, alega que age dentro da lei contra manifestantes muito violentos.