Tecnologia

"Tsunami de dados" não é problema, diz presidente da Oi

Para Francisco Valim, presidente da operadora, não faz sentido reclamar de demanda

Oi pretende que o tráfego de dados existente, que hoje é quase que integralmente destinado a redes fora da rede da Oi fique mais perto do usuário (Marcelo Correa/EXAME)

Oi pretende que o tráfego de dados existente, que hoje é quase que integralmente destinado a redes fora da rede da Oi fique mais perto do usuário (Marcelo Correa/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 16h19.

São Paulo - A Oi não aparenta estar preocupada com a rentabilização dos investimentos que terá que fazer em sua rede em função da "tsunami de dados" que, segundo todas as projeções utilizadas pela indústria de telecomunicações, deverá se abater sobre os serviços banda larga.

Para Francisco Valim, presidente da operadora, não faz sentido reclamar de demanda. "É como se vocês, veículos de imprensa, reclamassem se houvesse uma tsunami de anunciantes. Certamente vocês iam dar um jeito de atender", disse ele.

Ele explica que da mesma forma como o preço cobrado por megabit de acesso vem caindo historicamente e também tem caído o preço por megabit armazenado, por outro lado o usuário precisa contratar cada vez mais capacidade para dar conta dos novos serviços que estão surgindo.

"Seria um problema se o usuário precisasse, hoje, da mesma capacidade que precisava há alguns anos, porque aí ele iria pagar cada vez menos para nós. Mas ele precisará de cada vez mais", diz, lembrando que a operadora também planeja investir em produtos de maior valor agregado.

A postura da Oi é muito diferente de boa parte das operadoras de telecomunicações, que cada vez mais argumentam que precisarão de outras formas de receita, e eventualmente até uma participação de receitas dos provedores de conteúdo over-the-top, para viabilizar os investimentos em rede.


Receita over-the-top

Isso não quer dizer que a Oi não pretenda ter uma parte das receitas dos provedores over-the-top. A plataforma de IPTV demonstrada, e que será lançada no segundo semestre, prevê uma forte integração com conteúdos de Internet. Segundo Valim, a operadora tem sim planos de rentabilizar esse conteúdo.

"Onde a parceria conosco fizer sentido para os provedores over-the-top, não vejo nenhuma razão para que não possamos cobrar deles", disse.

Investimentos

A Oi tem planejado investimentos importantes na rede de fibra até 2015, justamente para dar conta da crescente demanda por dados.
Segundo Valim, além dos 2,5 milhões de homes passed com fibra até a casa (FTTH) e outros 1,5 milhão com fibra até o nó de rede mais próximo do usuário (FTTN), a Oi pretende dobrar seu backbone (hoje de 115 mil km), ampliar a 1 milhão os pontos de acesso wifi (hoje são pouco mais de 4,5 mil) em dois anos, além de expandir ainda este ano a rede 3G para atingir, em termos populacionais, o equivalente ao que a Vivo cobre hoje com sua rede HSPA+.

Além disso, diz Valim, a Oi pretende que o tráfego de dados existente, que hoje é quase que integralmente destinado a redes fora da rede da Oi fique mais perto do usuário. Atualmente, apenas 15% do conteúdo acessado pelos clientes da Oi está hospedado ou replicado na própria rede da operadora, e a Oi pretende passar a esse percentual a 25%.

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