Tecnologia

TSMC elimina uso de equipamentos chineses em chips de ponta para evitar restrições dos EUA

Fabricante taiwanesa de semicondutores substitui ferramentas em linhas de 2 nanômetros, expande operações nos EUA e revisa fornecedores em meio a tensões geopolíticas

Chips de 2 nanômetros são os mais avançados do setor e devem entrar em produção em massa ainda neste ano nas fábricas da TSMC em Taiwan (I-Hwa Cheng/Getty Images)

Chips de 2 nanômetros são os mais avançados do setor e devem entrar em produção em massa ainda neste ano nas fábricas da TSMC em Taiwan (I-Hwa Cheng/Getty Images)

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 11h22.

A TSMC decidiu eliminar o uso de equipamentos chineses em suas linhas de produção de chips de 2 nanômetros, segundo fontes do Nikkei Asia. A medida visa evitar possíveis restrições impostas pelos EUA, as quais poderiam impactar significativamente a produção.

Esses chips são os mais avançados do setor e devem entrar em produção em massa ainda neste ano – primeiro nas plantas taiwanesas de Hsinchu e Kaohsiung e, posteriormente, na fábrica da empresa em construção no Arizona. Recentemente, vazamentos de segredos sobre os chips de 2 nm motivaram a demissão de funcionários da TSMC.

Entre os equipamentos chineses já utilizados em linhas anteriores da maior fabricante de chips do mundo estão ferramentas de gravação da AMEC, uma das líderes domésticas de semicondutores na China, e da Mattson Technology, anteriormente norte-americana, mas adquirida por uma estatal chinesa em 2016.

Ajustar fornecedores qualificados, mesmo para etapas não críticas, exige tempo e envolve riscos de queda na produtividade e na qualidade. Por isso, a TSMC decidiu iniciar a substituição de ferramentas chinesas justamente pela linha de 2 nm, que está começando a produção em larga escala.

A eliminação de equipamentos chineses foi motivada por potenciais restrições futuras dos EUA, as quais proibiriam o uso dessas ferramentas por empresas beneficiárias de apoio financeiro do governo norte-americano.

Proposto por legisladores liderados pelo senador Mark Kelly, o Chip EQUIP Act prevê que beneficiários de subsídios federais e créditos fiscais não possam adquirir ferramentas de “entidades estrangeiras que suscitam preocupação”, termo que executivos do setor interpretam como abrangendo fornecedores chineses. Segundo o Nikkei Asia, essa proposta influenciou diretamente a decisão da TSMC.

Além de substituir equipamentos, a TSMC está revisando todos os materiais e produtos químicos usados em suas operações em Taiwan e nos EUA, reduzindo a dependência da China para essas unidades. Ao mesmo tempo, a empresa taiwanesa mantém parcerias com fornecedores locais chineses para atender a políticas domésticas do país e fortalecer a cadeia de suprimentos interna.

Nesse contexto, no qual também está inserida a pressão do governo dos EUA para expandir a produção no país, o CEO da TSMC, C.C. Wei, afirmou que, futuramente, as unidades do Arizona poderão responder por cerca de 30% da produção mais avançada da empresa, incluindo os chips de 2 nm e os futuros.

Tensão geopolítica

Especialistas ressaltam que a medida reflete a crescente tensão geopolítica no setor de semicondutores. Enquanto fabricantes chineses avançam em equipamentos domésticos, eles ainda dependem de soluções estrangeiras em litografia, dominada pela holandesa ASML.

Além da TSMC, empresas como a Nvidia também estão no centro das atenções dos governos dos EUA e da China, seja por causa da exportação de chips avançados ou por preocupações de segurança.

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