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Troca de iPhone velho pode render desconto em um novo

Versões usadas podem valer centenas de dólares graças à demanda crescente pelos modelos nos mercados emergentes e nos EUA


	Novos iPhones, da Apple: troca para pagamento parcial reduz preço de smartphones novos em meio a febre de promoções
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Novos iPhones, da Apple: troca para pagamento parcial reduz preço de smartphones novos em meio a febre de promoções (David Paul Morris/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 17h04.

Portland/Nova York - Muitos daqueles que sairão correndo para comprar um iPhone 6 amanhã financiarão sua compra com uma moeda que está se valorizando: iPhones velhos.

Versões usadas do smartphone podem valer centenas de dólares graças à demanda crescente pelos modelos mais antigos nos mercados emergentes e nos EUA.

Neste ano, até três quartos dos americanos que atualizarão seus iPhones trocarão seus telefones como pagamento parcial, segundo Roger Entner, analista da Recon Analytics.

São até 22,5 milhões de iPhones velhos para trocar, comparado com somente cerca de metade dos usuários que trocaram seus iPhones para pagar parcialmente versões atualizadas no ano passado.

Diante de projeções da IDC que mostram que a Apple venderá até 65 milhões de iPhone 6 e iPhone 6 Plus neste ano, as operadoras cobriram os consumidores de anúncios: atualizações de iPhones a cada dois anos para a vida toda, até US$ 300 de crédito por modelos velhos ou promessas de superar a promoção de qualquer concorrente com US$ 50 extra.

As operadoras estão dispostas a ajudar a compensar o custo de atualização enquanto a luta pelos consumidores se intensifica. Já há mais dispositivos móveis do que pessoas nos EUA, portanto ganhar assinantes normalmente significa roubá-los de um concorrente.

“Há um ciclo enorme de atualização de iPhones em andamento e as operadoras sabem disso”, disse Michael Cote, analista da Cote Collaborative em Chicago.

“Há muitos assinantes em jogo agora mesmo. Esses clientes estão disponíveis e todos estão tentando conquistá-los”.

Encorajando atualizações

Para operadoras de telefonia celular como a AT&T e a T-Mobile US, oferecer acordos de troca traz o benefício adicional de encorajar a atualização, além de ajudá-las a compensar o custo das promoções.

As operadoras podem – ora por conta própria, ora por meio de um revendedor externo – renovar e vender esses dispositivos velhos para ajudar a cobrir parte do custo de fazer com que um cliente se una ou assine um contrato.

Talvez não haja operadora mais beneficiada pelo boom do mercado de revenda do que a Sprint, a terceira maior do país, cujas ações subiram 16 por cento desde a apresentação dos novos dispositivos da Apple.

O novo CEO da Sprint, Marcelo Claure, fundou a Brightstar Corp., uma das maiores revendedoras, e agora ambas as empresas são propriedade da SoftBank do Japão.

Em uma comparação de custos totais em dois anos para um iPhone 6 com um nível básico de 16 gigabytes de armazenamento, o plano “iPhone for Life” da Sprint – que permite aos usuários atualizar para uma nova versão do smartphone a cada dois anos – é de longe o mais barato entre as quatro maiores operadoras americanas, segundo pesquisas de Jonathan Atkin, analista da RBC Capital Markets.

Mercados emergentes

Muitos desses telefones usados dos EUA acabam em mercados emergentes na Ásia, na América do Sul e na Europa Oriental, onde os consumidores frequentemente não podem pagar o modelo mais novo.

Na NextWorth Solutions, que permite aos usuários trocarem produtos eletrônicos por dinheiro à vista ou descontos, 75 por cento dos iPhones recebidos são enviados ao exterior.

Ainda há espaço para redobrar os esforços para reutilizar ou reciclar telefones velhos. Menos de 20 por cento dos 130 milhões de celulares jogados fora a cada ano são reutilizados ou reciclados, segundo a Movaluate, que revisa smartphones usados.

Isso significa que mais de 104 milhões são deixados em gavetas ou levados para aterros.

“O nosso maior concorrente continua sendo a gaveta”, disse em uma entrevista Alyssa Voorhis, analista sênior de tecnologia da empresa revendedora Gazella Inc. “É uma oportunidade enorme. Observamos uma demanda insaciável por toda parte”.

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