Tecnologia

Trio conquista Prêmio Nobel de Química 2016

Eles trabalham em pesquisas sobre sínteses de máquinas moleculares

O trio que levou o Nobel de Química em 2016 (Reprodução/ Facebook/ Nobel Prize)

O trio que levou o Nobel de Química em 2016 (Reprodução/ Facebook/ Nobel Prize)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2016 às 09h52.

Estocolmo - O francês Jean-Pierre Sauvage, o britânico Fraser Stoddart e o holandês Bernard Feringa ganharam nesta quarta-feira o Nobel de Química pelo desenvolvimento de pequenas máquinas em nível molecular.

Acredita-se que as pesquisas do trio devem levar ao desenvolvimento de novos materiais e minúsculos sensores.

O prêmio foi dado pelo "design e síntese" de moléculas com movimentos controláveis, que podem realizar uma tarefa quando elas recebem energia, disse a Academia Real Sueca de Ciências.

"Este prêmio é sobre as menores máquinas do mundo", disse o secretário-geral da entidade, Göran K. Hansson. Embora o desenvolvimento das máquinas moleculares esteja ainda em estágio inicial, elas poderão ser usadas para gerar sensores, sistemas de armazenamento de energia e novos materiais capazes de se adaptar a uma mudança em seu ambiente e de assumir certas funções corporais.

As máquinas moleculares "provavelmente se utilizarão no desenvolvimento de coisas como novos materiais, sensores e sistemas de armazenamento de energia", disse a instituição ao anunciar o prêmio. O trio dividirá 8 milhões de coroas suecas (US$ 933 mil) como premiação.

Sauvage, de 71 anos, é professor emérito da Universidade de Estrasburgo e diretor de investigações emérito do Centro Nacional Francês de Investigação Científica. Stoffart, de 74 anos, é professor de Química na Universidade Noroeste em Evanston, Illinois, e Feringa, de 65 anos, leciona Química Orgânica na Universidade de Groningen, na Holanda.

As máquinas moleculares miniaturizadas podem levar a várias aplicações, disse Feringa, um dos ganhadores de hoje. "Nós acreditamos que os pequenos robôs que um médico injetará em nossas veias irão encontrar uma célula cancerígena", exemplificou o cientista a repórteres em Estocolmo, durante uma entrevista coletiva realizada por teleconferência.

A academia disse que o motor molecular pode ser comparado ao caso do motor elétrico no início do século XIX. Na época, cientistas mostravam várias manivelas e rodas com fios, "sem perceber que elas levariam aos trens elétricos, às máquinas de lavar, aos ventiladores e aos liquidificadores".

Sauvage conseguiu um primeiro avanço nesse campo em 1983, quando conectou entre si duas moléculas em forma de anel para formar uma cadeia, apontou a academia sueca. Depois, Stoddart deu o passo seguinte em 1991, ao conectar um anel molecular a um eixo molecular, enquanto Feringa foi o primeiro a desenvolver um motor molecular em 1999, quando conseguiu que um rotor molecular girasse na mesma direção.

No ano passado, o Nobel de Química foi para três cientistas pela descrição sobre como as células reparam DNA com defeito. Essas investigações premiadas em 2015 ajudam a orientar o desenvolvimento de novos medicamentos para combater o câncer.

Nesta sexta-feira, será divulgado o vencedor do Nobel da Paz e os premiados em Economia e Literatura saem na próxima semana. A cerimônia de entrega ocorre em 10 de dezembro, data da morte em 1896 do fundador da honraria, Alfred Nobel. Inventor da dinamite, Nobel queria que seus prêmios reconhecessem os avanços que ofereciam "o maior benefício à humanidade".

Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

*Atualizada às 8h52

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