Tecnologia

Trazer o TikTok de volta pode custar US$ 850 bilhões para Google, Apple e Oracle

O TikTok voltou ao ar no EUA no domingo, sugerindo que algumas empresas estão apostando nas garantias de Trump de que não serão multadas

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 09h47.

Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 16h44.

Uma batalha legal e política envolvendo o TikTok, o presidente eleito Donald Trump e empresas como Apple e Google escalou rapidamente no fim de semana, com a plataforma voltando a operar nos EUA mesmo após o prazo oficial de banimento entrar em vigor no domingo, 19 de janeiro. A reviravolta ocorre em meio a promessas de Trump de adiar a proibição, apesar de dúvidas sobre a validade legal de tal decisão.

Sem mudanças no texto da lei, empresas que facilitarem o uso do TikTok nos EUA – incluindo as lojas de aplicativos da Apple e Google, bem como provedores como Oracle e Akamai – enfrentam multas de até US$ 5.000 por usuário. “As penalidades para empresas como Apple e Google podem chegar a US$ 850 bilhões”, escreveu o senador Tom Cotton, republicano do Arkansas, no X na quinta-feira, ao se referir à lei TikTok dos EUA. “Não tenho certeza se eu acreditaria na palavra de um político se eu administrasse essas empresas".

A lei aprovada no Congresso exige que o TikTok seja vendido a uma empresa não chinesa, ou suas operações nos EUA serão encerradas. No entanto, com o prazo finalizado sem nenhum acordo de venda, o TikTok deveria estar oficialmente banido. Ainda assim, Trump prometeu prorrogar o prazo, garantindo que as empresas não enfrentariam multas bilionárias por permitir o funcionamento do aplicativo – as big techs parecem estar apostando nas garantias do presidente.

O dilema jurídico e político

O banimento e retorno no mesmo dia foi um imbróglio que começou quando Biden optou por não estender o prazo de 90 dias para a venda do app, uma possibilidade incluída na lei. Com isso, Trump herdou a responsabilidade de lidar com a situação em meio à pressão de seu próprio partido e de empresas que veem no TikTok uma ferramenta essencial, seja para negócios ou para manter o público engajado em eventos como sua posse.

Especialistas apontam que a única maneira de Trump realmente adiar o banimento seria certificar ao Congresso que um acordo de venda foi alcançado, mesmo que isso não seja inteiramente verdade. No entanto, tal manobra seria controversa e provavelmente provocaria processos por parte de concorrentes ou mesmo usuários do TikTok que apoiam o banimento.

O papel do Congresso

Enquanto a confusão se desenrola, o Congresso pode ser a única esperança para uma solução definitiva e legalmente sólida.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, do Partido Democrata, indicou apoio a uma extensão do prazo, mas há dúvidas se republicanos estariam dispostos a ceder em curto prazo.

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