Tecnologia

Toyota cria centro para desenvolver carros que não batem

A Toyota investirá US$1 bi para criar instituto focado na inteligência artificial e na tecnologia robótica para fabricar carros que superarem erros do motorista


	Toyota: empresa também vai trabalhar no sentido de facilitar que motoristas idosos continuem dirigindo nos países com população mais velha
 (Divulgação)

Toyota: empresa também vai trabalhar no sentido de facilitar que motoristas idosos continuem dirigindo nos países com população mais velha (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 18h33.

A Toyota Motor Corp. vai investir US$ 1 bilhão para criar um instituto de pesquisa focado na inteligência artificial e na tecnologia robótica necessárias para fabricar carros que possam superar os erros do motorista e reduzir as mortes no trânsito.

A Toyota Research Institute Inc. vai contribuir com os sistemas de segurança que a fabricante está desenvolvendo para reduzir acidentes de carro que matam 1,25 milhão de pessoas por ano em todo o mundo.

A empresa também vai trabalhar no sentido de facilitar que motoristas idosos continuem dirigindo nos países com população mais velha, como Japão e EUA, os maiores mercados da Toyota.

Avançar nessa pesquisa colocaria a Toyota à frente de seus concorrentes japoneses, que estão tentando desenvolver carros totalmente autônomos com prazos mais conservadores do que Google Inc. ou Tesla Motors Inc.

Ao lado do presidente da Toyota e entusiasta de corridas, Akio Toyoda, o executivo chefe da recém-formada unidade de pesquisa e desenvolvimento disse que a competição para colocar carros autônomos nas ruas será uma prova de resistência, não uma corrida de velocidade.

“É possível, no início de uma corrida, que seu carro não esteja na melhor posição”, disse Gill Pratt, CEO do instituto e assessor técnico-executivo da Toyota.

“Pode ser que outros pilotos estejam falando muitas coisas sobre a posição deles, e talvez todo mundo esteja esperando que um determinado carro ganhe. Mas, claro, se a corrida for muito longa, quem sabe quem vai ganhar? Vamos trabalhar muito duro”.

A Toyota Research Institute vai começar a funcionar em janeiro, e o investimento inicial de cinco anos da fabricante japonesa de automóveis será usado para montar instalações perto da Universidade de Stanford e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Pratt, de 54 anos, vai supervisionar cerca de 200 funcionários.

Filho de um operário da linha de montagem que instalava pneus nos modelos da Ford em Edison, New Jersey, Pratt entrou na Toyota depois de ter sido engenheiro de robótica do exército norte-americano. O ex-gerente do programa de robótica da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa entrou na Toyota em setembro.

Carros autônomos

A Toyota convidou repórteres no mês passado para fazer o test drive de um carro conceito “companheiro de estrada”, um sedã Lexus GS modificado que pode entrar em vias expressas públicas, mudar de faixa e se dirigir para saídas, enquanto escolhe melhores pontos para acelerar ou diminuir de velocidade baseando-se no tráfego ao redor.

A empresa disse que pretende lançar carros parecidos com capacidade de direção automática por volta de 2020.

A Google realizou mais de 1,9 milhão de quilômetros com seus veículos de teste usando um software que dirige sozinho e estima que poderia ter um carro totalmente autônomo pronto para as vias públicas por volta de 2020.

A Tesla incluiu recursos de piloto automático em cerca de 40.000 unidades de seu sedã Model S que permitem que os carros se guiem sozinhos nas estradas.

O prazo de 2020 tem especial importância para as fabricantes japonesas de automóveis, já que elas querem mostrar avanços na capacidade de direção autônoma quando Tóquio for a sede dos Jogos Olímpicos naquele mesmo ano.

“Eu costumava dizer no passado que, em uma corrida de 24 horas, se o veículo automatizado vencesse nosso veículo dirigido por humanos, eu apoiaria a direção automatizada”, disse Toyoda, 59, acrescentando que sua opinião mudou.

“Há cem anos, os cavalos foram substituídos por automóveis porque as pessoas descobriram que eles eram mais divertidos que os cavalos. Daqui a cem anos, gostaria que as pessoas continuassem amando os carros”.

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