Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2012 às 13h06.
Um dos destaques do TouchSmart é a facilidade com que a posição da tela pode ser ajustada. Mas a tela sensível ao toque muitas vezes não reconhece movimentos como o de dois dedos formando uma pinça. O sistema de alto-falantes instalado abaixo do display traz a grife Beats Audio, uma marca famosa pela qualidade dos fones de ouvido que produz. O som é potente e superior ao da maioria dos desktops tudo-em-um já testados pelo INFOlab. Mesmo assim, ainda apresenta distorções ocasionais nos agudos. O TouchSmart vem acompanhado de um conjunto de teclado, mouse e controle remoto sem fio. Um dos grandes problemas da maioria dos desktops tudo-em-um é a utilização de componentes de notebook. Felizmente, apesar de todos os seus problemas, a HP não se esqueceu como se monta um computador de mesa. O TouchSmart 610 não é tão potente quanto seu irmão, o all-in-one de uso corporativo TouchSmart 9300, mas sua configuração ainda é umas das melhores da categoria.
Converter um filme MVK em MP4 para reproduzir no seu smartphone se torna uma tarefa rápida com a ajuda do processador Intel Core i5 2300 desse desktop. Cada um de seus quatro núcleos tem um clock de 2,8 GHz, que pode ser expandido a até 3,1 GHz durante a execução de aplicativos que utilizam menos do que quatro núcleos. Previsivelmente, o TouchSmart se saiu muito bem no benchmark de desempenho geral PCMark 7: o programa avaliou-o em 2453 pontos.
Benchmark PCMark 7 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
Apple iMac 21,5"
Sony Vaio 3D L225FB
HP TouchSmart 610
Existem outras opções com mais recursos na família de processadores Core i5 para desktop da Intel, mas elas só fazem diferença durante tarefas e processos mais específicos, como o gerenciamento de máquinas virtuais ou o overclocking. Entretanto, quem pretende usar o TouchSmart 610 como máquina de escritório talvez sinta falta da Intel vPro, que permite acesso remoto ao PC independentemente do estado do sistema operacional.
Enquanto o processador cumpre bem o promete, a escolha da placa de vídeo exige considerações mais profundas. A princípio, os 2 GB de memória dedicada da AMD Radeon HD 6550A parecem ser razão o suficiente para ignorar a concorrência. De fato, a quantidade de memória é um fator importante a ser considerado quando se trata de computadores com telas de alta resolução, como é o caso do TouchSmart (1920 x 1080 pixels). Jogos que fazem uso pesado de anti-aliasing ou que precisam armazenar muitas texturas simultaneamente (o Crysis original, por exemplo) também se beneficiam das GPU com memória farta.
No entanto, estamos falando de uma placa que utiliza GDDR3 RAM, enquanto um concorrente como o iMac 21,5 faz uso de uma placa (AMD Radeon HD 6750M) com GDDR5, que é um tipo muito mais rápido de memória. Desse modo, mesmo fazendo uso de apenas 512 MB de memória gráfica dedicada, o iMac consegue ser mais eficiente em muitas situações. Uma das consequências desse fato é de que os dois tudo-em-um da Apple superaram o TouchSmart no benchmark de desempenho gráfico 3DMark 11 (focado no DirectX 11). Ainda assim, os 1112 pontos alcançados pelo desktop resenhado não deixam de ser uma boa marca.
Benchmark 3DMark 11 (em pontos)
Barras maiores indicam melhor desempenho
Apple iMac 21,5"
HP TouchSmart 610
Sony Vaio 3D L225FB
Fora do Brasil, o TouchSmart 610 é um exemplo de boa conectividade para desktops tudo-em-um. Mas a Pátria Amada não teve tanta sorte: o TouchSmart sofreu uma mutação para se aclimatar aos trópicos e perdeu duas entradas HDMI no processo. Apesar desse desfalque, o tudo-em-um da HP oferece todas as conexões essenciais. A lista inclui seis USB 2.0, um leitor de cartão (MC, SDXC, xD, MMC, MS e MS Pro), Wi-Fi n e ethernet. O áudio recebe um tratamento especial com três saídas para ligar o PC a um sistema de áudio 2.1 (incluindo um subwoofer), além das usuais P2 para fone e microfone. Esse tudo-em-um tem até uma conexão coaxial para captar o sinal da TV analógica.
Com o essencial coberto, a HP desperdiçou a oportunidade de incluir portas que distinguiriam o TouchSmart da concorrência. O bluetooth, por exemplo, ficou de fora, mas é preciso reconhecer que essa rede sem fio não é tão relevante atualmente. Bem mais grave é a omissão quanto às conexões de alta velocidade, como o USB 3.0. Além disso, o TouchSmart aproveitaria melhor sua excelente tela se houvesse pelo menos uma entrada de vídeo. O leitor de Blu-ray compensa parcialmente tais deslizes, mas mesmo esse drive perde potencial com a falta de conexões de vídeo.
A conectividade do TouchSmart tem altos e baixos, mas a escolha de software é simplesmente decepcionante. Um desktop de seis mil reais merece mais que o Windows 7 Home Premium. Uma versão mais avançada do Windows seria muito útil do que o grupo de aplicativos inanes que HP resolveu incluir nesse tudo-em-um.
Contudo é preciso reconhecer o valor que alguns desses programas ganham ao conferir utilidade ao display touchscreen. Aliás, falando estritamente, a tela é mais um detector de movimento do que uma interface de toque. O TouchSmart dispensa a superfície capacitiva, preferindo utilizar feixes de luz infravermelha para acompanhar até dois dedos do usuário. Portanto, é de se esperar que ele tenha alguma dificuldade com gestos que utilizam mais do que um dedo.
Passemos para a boa e velha interface convencional. O teclado do TouchSmart é fino e largo, à maneira dos teclados sem fio da Apple. Porém, não é sem alívio que observamos que o estilo Apple ficou restrito ao teclado: o mouse é simples e confortável, como todo mouse deve ser.
Qual é o balanço final do TouchSmart 610? Ele com certeza é um excelente tudo-em-um, capaz de competir de igual para igual com o iMac. Entretanto, ele sofre de limitações que são inerentes à sua própria categoria. A principal vantagem dos desktops atualmente é o fato de que eles podem receber upgrades, mas esse não é o caso dos tudo-em-um. Com algum esforço, o TouchSmart pode até ser expandido através de par de PCI Express x1 e uma PCI Express x16, o que não passa de uma mixaria para um desktop de gabinete. A decisão de comprar um tudo-em-um depende do quanto se pretende pagar pelo conforto de possuir um computador que, sem deixar de ser mais potente que um notebook, esteja pronto para o uso ao sair da caixa.
Tela | 23 touchscreen |
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Processador | Intel Core i5-2300 2,8 GHz |
Conexões | 6 portas USB 2.0, WiFi n |
Armazenamento | HD de 1,5 TB |
GPU | AMD Radeon HD 6550 |
Drive óptico | BD, leitor de cartões |
SO | Windows Home Premium |
Prós | Tela com interface de toque; configuração excelente; áudio bem superior à média; |
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Contras | Deixa a desejar quanto as conexões de vídeo e de alta velocidade; |
Conclusão | O TouchSmart 610 é uma das melhores opções de tudo-em-um do mercado, competindo em pé de igualdade com o iMac; |
Média | 8.2 |
Preço | R$ 5999 |