Estudo, realizado na Grã-Bretanha, mostra que muitos jovens já preferem o SMS até à conversa cara a cara.
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 17h17.
São Paulo - Mandar um recado, contar uma fofoca, combinar a festa de sábado à noite, expressar saudades. Para parte dos adolescentes, tudo isso é motivo para pegar o celular e mandar um SMS (mensagem de texto) para os amigos. O problema é que o torpedo pode derrubar os créditos ou levar a conta do telefone móvel para as alturas.
"Envio mensagens para avisar que estou indo para a casa de algum amigo, para acertar o programa do fim de semana, ou converso mesmo só trocando torpedos", conta Bruna Campos, de 15 anos. "Eu coloco créditos no celular, mas eles acabam muito rápido." Tanto assim que a adolescente já tem de comprar saldos ao menos duas vezes por mês se não quiser perder contato com os amigos.
A história se repete com Beatriz Pereira, da mesma idade, que, no mês passado, gastou 48 reais quase exclusivamente enviando mensagens de texto. "Prefiro mandar torpedos porque falam que é mais barato e posso escrever bastante. Se eu fizesse uma ligação com celular, acabaria falando muito e gasto demais", justifica a estudante.
A situação pode ficar ainda pior para quem mantém uma conta pós-paga. Nesse caso, é mais difícil controlar o número de mensagens enviadas e impacto delas no orçamento do fim do mês. "Minha conta é sempre alta por causa das mensagens de texto, pois acabo me empolgando: penso que é MSN e não percebo que estou conversando demais", diz Mariana Jordão, de 17 anos. Os torpedos já respondem por 40% da conta mensal, que bateu em 350 reais.
SMS ou voz?
De acordo com pesquisa realizada pelas consultorias de telecomunicações Acision e Teleco, jovens entre 14 e 24 anos são os usuários preferenciais das mensagens de texto. Outro estudo, realizado na Grã-Bretanha, mostra que muitos jovens já preferem o SMS até à conversa cara a cara. Mas, com a despesa em alta, muita gente já se pergunta: vale a pena, afinal, arrefecer a bateria de torpedos e voltar a fazer ligações de voz?
De acordo com o levantamento das consultorias, um SMS custa em média 24 centavos no Brasil, ante 40 centavos pagos a cada minuto de voz. Nos Estados Unidos, o serviço é ainda mais popular: lá, os jovens chegam a enviar 388 torpedos ao mês - cerca de 13 ao dia. Há uma razão forte para isso: lá, o torpedo custa o equivalente a 5 centavos - pouco mais de 20% do preço brasileiro.
Conveniente
O SMS avança, e não apenas entre os adolescentes. Entre adultos, o recurso ganha espaço, por exemplo, no âmbito profissional: É utilizado para marcar reuniões e compromissos com pessoas que não se tem muita intimidade. "O SMS dá uma sensação de quase conforto, de não se sentir incomodado em 'ter' que falar com a pessoa naquele momento e de não incomodá-la ligando. Ela responde quando - e se - achar conveniente", afirma o jornalista Felipe Wright van Deursen, de 27 anos. "Não usar SMS é como não usar rede social hoje em dia", compara. "O serviço é muito mais prático e, por que não, mais divertido que caixa postal - este sim um serviço que eu quase não uso", conta ele.