Tecnologia

TIM quer concorrer com Apple TV, mirando na classe emergente

A aposta é oferecer uma alternativa para o consumo de vídeo aproveitando a capacidade da infraestrutura de fibra da operadora


	TIM: foco do Live TIM Blue Box parece ser mais em mercados das classes C e D
 (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

TIM: foco do Live TIM Blue Box parece ser mais em mercados das classes C e D (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 19h51.

São Paulo - Conforme antecipado por este noticiário, a área de banda larga fixa TIM Fiber anunciou nesta terça-feira, 3, o lançamento de um set-top box para agregar conteúdo de TV digital aberta e serviços over-the-top (OTT) para o usuário.

Batizado de Live TIM Blue Box, o aparelho será lançado no segundo semestre, com um período de testes com a versão beta do serviço entre alguns clientes no Rio de Janeiro e São Paulo.

A aposta é oferecer uma alternativa para o consumo de vídeo aproveitando a capacidade da infraestrutura de fibra da operadora, principalmente em bairros das classes C e D.

Na verdade, o set-top box lembra bastante a concorrente Apple TV, focando em dois serviços pré-instalados: YouTube e Netflix. De acordo com o CEO da TIM Fiber, Rogério Takayanagi, a assinatura dos serviços OTT não será da responsabilidade da operadora.

"O ideal é dar ao usuário final a opção de escolher, o cliente contrata o Netflix como provedor de conteúdo. Quando falamos em Google, a parceria é com o Dial (aplicativo que permite espelhar conteúdo na TV) e a relação também passa pelo cliente", diz.

Mas ele reconhece que poderá haver facilidades para assinantes da TIM. "Nada impede de fazer co-billing, estamos analisando ainda se faz sentido ou não".

A previsão da operadora é de que metade da base de usuários no segundo semestre de 2015 esteja também com a solução Blue Box.

O foco parece ser mais em mercados das classes C e D, que não possuem TV a cabo.

"A gente tem visto adoção muito grande em bairros distantes nos quais chegamos e a capacidade inteira é vendida em 60 dias. A contínua expansão demanda intenso capital, e internamente na TIM a gente não vê nenhum problema do ponto de vista de demanda, é mais de como financiar a expansão", explica o CEO da Live TIM.

O serviço de TV digital é o padrão aberto brasileiro, captado por um sintonizador comum. Takayanagi explica que a ideia não era obter licença de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC).

Já o acesso dos OTTs é feito usando a banda larga do próprio cliente, não há capacidade dedicada.

"Se a gente tiver todos os clientes da Live com Blue Box, assistindo ao mesmo tempo, nem arranha a capacidade. Em princípio, não haveria necessidade", diz o executivo.

Ele reconhece, entretanto, que se houver demanda exagerada de dez ou mais set-top boxes na casa, por exemplo, seria necessário velocidade maior do que a oferta de 35 Mbps, a mais básica da banda larga fixa da empresa.

Produção nacional

O Blue Box será vendido separadamente, inclusive para não-assinantes da TIM Live.

O preço ainda está sendo negociado com fornecedores – atualmente, a Entone produz o hardware na China, enquanto o processador é da Broadcom, com middleware da Minerva e tecnologia de aprendizado para recomendação de conteúdo da Movile –, mas o preço-alvo é "um valor abaixo ou igual ao dos media centers do mercado".

Para efeito de comparação, a Apple TV custa atualmente R$ 399, enquanto o Chromecast, do Google, deverá ser lançado por R$ 199. No futuro, a parceria com esses fornecedores deverá trazer a fabricação para o Brasil, beneficiando-se de desoneração com o PPB.

O hardware utiliza o open-source Linux, mas não há previsão de abertura de ecossistema para desenvolvedores.

"O cliente quer uma experiência simples, quer o 'leanback'. Nossa ideia é ser bastante seletivos nas aplicações que vamos colocar ali. Coisas muito complexas que precisam de uma interface complicada, não estarão ali", diz Rogerio Takayanagi. O sistema ainda contará com navegador embutido e poderá abrigar até jogos. No entanto, outros serviços OTT já estão sendo considerados. "Sendo relevante, tendo audiência e boa usabilidade, é possível ser integrado."

Acompanhe tudo sobre:3GAppleConcorrênciaEmpresasEmpresas abertasEmpresas americanasEmpresas italianasempresas-de-tecnologiaOperadoras de celularServiçosTecnologia da informaçãoTela VivaTelecomunicaçõesTelevisãoTIMTV

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não