Tecnologia

TIM quer antecipar cronograma e lançar 700 MHz em Olimpíadas

Possibilidade existe, desde que "problemas teóricos que, na prática, podem ser muito menos relevantes" sejam resolvidos, diz vice de assuntos institucionais


	TIM: próprio equipamento da TIM, o Blue Box, poderia ser solução
 (Marc Hill/Bloomberg)

TIM: próprio equipamento da TIM, o Blue Box, poderia ser solução (Marc Hill/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 15h53.

São Paulo - A TIM pretende lançar o 4G na faixa de 700 MHz o quanto antes, em especial no Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016, o que a companhia considera como "uma missão institucional".

Segundo o vice-presidente de assuntos institucionais da empresa, Mario Girasole, existe essa possibilidade, desde que a tele consiga resolver "problemas teóricos que, na prática, podem ser muito menos relevantes".

Ele se refere a questões como interferência e o cronograma de atuação, mas conta que um dos maiores desafios será a digitalização da TV.

"A questão no Brasil é o set-top box (STB), é algo que tem que se trabalhar, porque tem fornecedor e logística", declara.

O próprio equipamento da TIM, o Blue Box, poderia ser uma solução.

"Poderia ser usado, podem ser diferentes tipos de STB. Pode ser um com chipset embutido e com banda larga? Vamos discutir", declara Girasole.

O problema é que o modelo custaria mais caro que outras soluções.

De qualquer forma, a proposta deverá ser apresentada à Entidade Administradora do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV (EAD).

O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, explica que os outros aspectos podem ser resolvidos sem tantos percalços, e a limpeza da faixa aconteceria antes.

"Se houver bom entendimento entre radiodifusão e operadoras, nada impede de se diminuir o prazo", declara.

"Para ambos, quanto antes acabar a digitalização, melhor. Até porque tem outras razões adjacentes, como o (aumento do) interesse da TV aberta, que pode ser excelente para competir com a TV paga."

Uma saída também é uma "reinterpretação da logística do cronograma", no qual se encaixa o plano de tentar disponibilizar a faixa no Rio de Janeiro antes do prazo previsto para 2018.

"O cronograma foi de blocos de cidade, vamos tentar otimizar com blocos que minimizam a interferência", diz.

Ou seja: a ideia é começar a fazer a limpeza e a migração no bloco de municípios onde tecnicamente é possível se tornar mais eficaz na logística.

A principal dificuldade não é na interferência digital, que ele diz ser irrisória, mas na co-existência com a TV analógica.

"A possibilidade (de acontecer interferência) no co-canal é muito grande."

Por outro lado, a vantagem é a ausência da Oi no leilão, que deixou canais sobrando.

"O bloco 4 não foi vendido, então naturalmente ele diminui a chance de interferência, já que é como uma banda de guarda de 10 MHz", declara o presidente da TIM.

Atuação

Os representantes da operadora no Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização dos Canais de TV e RTV (GIRED) ainda não foram definidos, mas até a próxima semana deverão ser revelados.

A ideia é ter executivos de alto nível, ficando entre três nomes por parte da TIM: o próprio Rodrigo Abreu, Mario Girasole e o diretor de tecnologia (CTO), Leonardo Capdeville.

"A ideia de trazer o Leo era justamente essa", diz Abreu, elogiando a atuação do ex-diretor de planejamento e tecnologia de redes da Telefônica/Vivo.

O executivo tem de ser de alto nível porque será preciso tomar decisões nas reuniões do GIRED.

"Estamos falando de um investimento de R$ 3,6 bilhões, e isso pode acelerar o programa."

Na EAD, Abreu afirma que a coordenação poderá propor atividades de compartilhamento, inclusive de espectro (RAN Sharing).

"Nas cidades com menos de 100 mil habitantes, por exemplo, você coloca as três operadoras, até mesmo compartilhando frequência", diz o líder da TIM.

Segundo ele, há maior aceitação pelo recurso na Vivo e na Claro, até por terem dado entrada na Anatel com um pedido para incluir o RAN Sharing - atualmente, essas duas só compartilham infraestrutura física.

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