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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.
Sensação nos Estados Unidos em 2004, o BlackBerry acaba de ser lançado no Brasil pela TIM com um objetivo muito definido. A operadora de telefonia celular quer aumentar a participação da prestação de serviços a empresas no faturamento do grupo. Segundo o presidente da TIM Brasil, Mario Cesar Pereira de Araujo, o cliente corporativo dá maior consistência à receita de uma operadora, seja pelo tipo de contrato muitas vezes, com prazo mínimo definido ou pela escala número de usuários e total faturado. Hoje, cerca de 6% do faturamento da TIM Brasil vem de serviços oferecidos a corporações. Na Itália, sede do grupo, o percentual é mais do que o dobro. "Acredito que entre 1,5 e 2 anos seja possível aumentar esse percentual no Brasil", afirma Araujo.
Lançado, inicialmente, somente para a clientela empresarial, o BlackBerry é um aparelho celular que dá acesso a e-mails em tempo real. (Leia reportagem de EXAME sobre smartphones). O usuário consegue ler suas mensagens inclusive os arquivos anexos em formatos como .doc e .pdf sem precisar de um computador e sem esvaziar a caixa de entrada do e-mail no PC. A transmissão dos dados é feita pelo sistema GPRS, ou seja, o cliente não gasta os minutos do serviço de voz que contratou. Os dados são transmitidos criptografados por um servidor instalado na empresa e configurado com um software específico, o BES (BlackBerry Enterprise Server). "É um produto direcionado para quem precisa de acesso seguro e permanente a dados críticos e também necessita de múltiplas ferramentas de comunicação", afirma Michael Martin, gerente de desenvolvimento de produtos da TIM.
Ao contrário do que ocorre em outros países, o cliente da TIM Brasil não vai comprar o aparelho. Em razão dos custos de importação e do perfil do consumidor que a operadora deseja atingir, a TIM considerou comercialmente mais atraente oferecer o BlackBerry em comodato. Para ter acesso ao serviço, o cliente precisa comprar a instalação do software BES e o serviço de, no mínimo, cinco aparelhos. Pela instalação do BES e assistência técnica, a companhia paga um total de 4,5 mil reais e, pelo comodato de cada aparelho, uma mensalidade de 400 reais. Se o cliente quiser manter a linha celular no BlackBerry, precisa ainda comprar um pacote do serviço de voz. Nos Estados Unidos e na Europa, o BlackBerry já é vendido em lojas inclusive para o consumidor pessoa física e custa, em média, 500 dólares.
Para o lançamento, a TIM encomendou 6 mil unidades à fabricante canadense Research in Motion (RIM), também responsável pelo desenvolvimento dos softwares. Araujo evita dizer em quanto tempo espera vender todo o lote. "Executivos de multinacionais já nos pediram o aparelho. Além disso, já fizemos contato com bancos e algumas indústrias" , afirma o presidente da TIM.
No mundo, o BlackBerry já conquistou 2 milhões de usuários em mais de 75 operadoras em 40 países. Apesar de ter sido lançado em 1999, o boom das vendas ocorreu apenas no ano passado. Segundo o vice-presidente da RIM para a Europa, Rick Constanzo, o primeiro milhão de unidades vendidas ocorreu em cinco anos. A marca do segundo milhão foi alcançada nos últimos 10 meses. "O próximo milhão não deve demorar muito."