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TIM e Telebras fazem parceria em redes de fibra óptica

Para tornar viável o projeto, a empresa investirá R$ 250 milhões em um trecho de rede de 2,2 mil quilômetros a ser cedido à Telebras

Loja da TIM em São Paulo: no 3º tri, operadora ganhou 2,5 milhões de usuários (Lia Lubambo/EXAME)

Loja da TIM em São Paulo: no 3º tri, operadora ganhou 2,5 milhões de usuários (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 22h08.

Rio - A TIM anunciou uma parceria com a Telebras para intercâmbio de redes de fibra óptica nas Regiões Norte e Nordeste, um dos desafios da universalização da internet de banda larga no País. Para tornar viável o projeto, a empresa investirá R$ 250 milhões em um trecho de rede de 2,2 mil quilômetros a ser cedido à Telebras.

O anúncio impulsionou as ações da estatal, recriada para tocar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Os papéis preferenciais (PN) da Telebras fecharam com alta de 52,03%. O presidente da Telebras, Caio Bonilha, procurou demonstrar o sucesso do PNBL, lançado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Bonilha, o plano de universalização respondeu por 31,15% das novas adições líquidas em banda larga no último ano, embora ainda tenha cerca de 1 milhão de acessos, ante um mercado total de 20 milhões.

Para reforçar a infraestrutura de banda larga, ele revelou ainda que o projeto de construção de cinco cabos submarinos para telecomunicações deverá ser anunciado em novembro. O total do investimento é estimado em R$ 1,8 bilhão. Segundo o vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais da TIM, Mario Girasole, do investimento de R$ 250 milhões, R$ 170 milhões referem-se a infraestrutura de rede, enquanto R$ 80 milhões têm relação com direito de passagem adquiridos em leilão. As obras da TIM deverão ficar prontas até o fim deste ano. A troca não inclui pagamento de uma empresa à outra, apenas o recolhimento de impostos. As duas empresas também negociam um contrato para a Telebras prestar serviço de transporte ponto a ponto, com o objetivo de melhorar a qualidade do serviço móvel 3G e, no futuro, 4G.


O trecho localizado no Nordeste, a ser cedido pela Telebras como contrapartida, ainda será construído: depende de licitação e poderá ficar pronto apenas no fim de 2013. Conforme Bonilha, da Telebras, a rede sairá do Piauí, passando por Tocantins, e chegará ao norte de Minas Gerais. A estrutura será montada junto a linhas de transmissão de alta tensão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). "Hoje, não tem nenhuma infraestrutura de telecomunicações (na área)."

A Telebras tem acordo com outras operadoras, como Telefônica/Vivo e Oi, para oferecer o PNBL. O presidente da Telebras destacou que a estatal não privilegia a TIM com o tipo de parceria anunciada nesta quinta-feira. De acordo com o presidente da Oi, Francisco Valim, as empresas trabalham para unir e expandir a fibra óptica com o objetivo de atender as regiões mais remotas do País. Hoje, apenas cerca de mil cidades ainda não são cobertas pela Oi em banda larga.

No evento Futurecom, que é realizado no Rio, Valim considerou o acesso em regiões remotas, fora dos "200 ou 300" maiores municípios do País, como o grande desafio da universalização da banda larga. Ele disse também que o Brasil tem a aprender com o modelo das políticas de universalização dos Estados Unidos.

O diretor-geral da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês, órgão regulador dos EUA), Julius Genachowski, disse que o governo norte-americano investe US$ 4,5 bilhões por ano em universalização do acesso à internet banda larga. O número chamou a atenção de Valim. "O país mais capitalista do mundo subsidia US$ 4,5 bilhões para acesso à internet. Quer dizer que acredita que a banda larga é importante", disse. No Brasil, Valim lembrou que, na prática, a participação do setor privado no PNBL significa construir nova infraestrutura.

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, considerou a comparação difícil. Enquanto a administração americana faz investimento de forma direta, no Brasil, há exigências e incentivos para as companhias os realizarem. "No nosso caso, temos usado o espectro como moeda de troca para a universalização da banda larga", afirmou.

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