Por meio do "algorithmic trading" é possível programar softwares específicos para operações segundo determinadas fórmulas criadas pelo investidor (.)
Talita Abrantes
Publicado em 6 de abril de 2010 às 18h44.
São Paulo - O mercado financeiro brasileiro já está em condições para competir com as principais bolsas internacionais. E isto não está ligado apenas ao otimismo dos investidores. Mas, sim, a ferramentas tecnológicas que permitem maior agilidade nas operações.
Hoje, a rotina da BM&FBovespa já é em parte determinada por decisões que são tomadas em até milésimos de segundo. Isso acontece porque investidores que não querem perder as melhores oportunidades do mercado financeiro têm apostado em ferramentas que possibilitam investimentos em alta freqüência.
Por meio do "algorithmic trading" é possível programar softwares específicos para operações segundo determinadas fórmulas criadas pelo investidor. Esses programas são capazes, por exemplo, de avaliar cenários macroeconômicos, gerar ordens de compra e venda e enviá-las ao sistema de negociações de derivativos da Bolsa.
Essas operações, no entanto, demandam redes de alta velocidade e uma robusta infraestrutura para processamento do grande volume de dados que chega a cada segundo. Tal aparato tecnológico já faz parte da rotina dos mercados mais desenvolvidos. Estima-se que, em mercados como o dos Estados Unidos, metade do volume negociado seja feito por este tipo de investidor.
No Brasil, a prática ainda engatinha. Desde junho do ano passado, o segmento BM&F da bolsa, que opera com derivativos de ativos financeiros, oferece um serviço de co-location, uma das formas de Acesso Direto ao Mercado (DMA, da sigla do original em inglês). Por este sistema, corretoras e investidores podem instalar servidores próprios dentro do centro de processamento de dados da bolsa, localizado no centro da capital paulista.
"As negociações do mercado financeiro exigem uma velocidade muito alta. Além da tecnologia envolvida no processo, a distância entre os servidores também influencia na taxa de transferência de dados", diz Camila Alves, gerente de clientes da área Financeira da IBM Brasil, responsável pela instalação do Data Center na Bovespa. Por isso, de acordo com ela, esta proximidade entre os servidores das corretoras e os da Bovespa pode tornar as operações mais rápidas.
Infraestrutura
O modelo escolhido pela instituição para fornecer este serviço é um Data Center modular da IBM. "É uma solução composta por vários hacks onde são instalados os servidores", afirma Camila. Neste sistema estão inclusos também todo o sistema de refrigeração e no-breaks do Data Center. Graças a isso, não foram necessárias modificações no prédio da Bovespa para receber a tecnologia. A estrutura também pode ser facilmente expandida. Atualmente, o Data Center modular que está na Bolsa possui 10 hacks.