Um membro da mídia testa um carro da Tesla Motors Inc. Modelo S equipado com piloto automático. (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 8 de abril de 2021 às 15h17.
Recentemente, a Tesla lançou a versão beta da sua tecnologia "Full Self-Driving" (FSD), uma versão mais avançada do piloto automático dos carros da marca de Elon Musk. O recurso adicional custa 10.000 dólares e oferece auto-estacionamento, reconhecimento de semáforo e sinais de parada e a capacidade de entrar em rampas e saídas de rodovias.
O piloto automático da Tesla, porém, não é tão automático assim. Em um vídeo publicado em 12 de março, o usuário do YouTube AI Addict dirige um Tesla Model 3 com o beta do FSD. É possível ver o veículo desviando de objetos e outros veículos, tentando descer trilhos de ferrovia e até quase batendo em uma fileira de postes que separa a estrada de uma ciclovia. A única coisa que impediu os acidentes foi o motorista, que rapidamente assumiu o controle.
Veja o vídeo:
Em outro vídeo do mesmo canal, o usuário viaja pela cidade de Oakland, nos Estados Unidos, e observa o piloto automático dirigir em direção ao lado errado da estrada e quase bater diversas vezes com outros carros.
“Como é evidente, o FSD 8.2 não funciona tão bem em grandes cidades como Oakland”, disse o criador no final do vídeo. “Parece funcionar muito bem e, na verdade, muito excelentemente quando se trata de subúrbios e áreas rurais, mas é evidente que Tesla ainda precisa fazer mais atualizações quando se trata dessas unidades urbanas.”
Veja o vídeo:
Recentemente, a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) confirmou estar investigando 23 acidentes que podem ter sido causados por uma falha na ferramenta de piloto automático dos carros Tesla.
"Para tornar as coisas mais seguras, a Tesla poderia começar a usar câmeras internas dos veículos para monitorar a atenção do motorista, como muitas outras montadoras fazem", disse Jason Levine, diretor executivo do Center for Auto Safety, um grupo de defesa do consumidor, ao site de notícias Insider. Sistemas como o Super Cruise da GM já fazem esse tipo de monitoramento, rastreando os olhos do motorista para garantir que ele está com os olhos na estrada.
Levine também ressalta que mudar os nomes "Autopilot" e "FSD", que são "enganosos", já que nenhuma das tecnologias é realmente autônoma, também seria um bom começo. "A insistência em uma descrição totalmente hiperbólica realmente prejudica qualquer tipo de esforço para apresentar esta tecnologia de uma forma que não apresente um risco irracional", disse ele.
A Tesla reconhece que tanto o piloto automático quanto o FSD exigem atenção constante do motorista e não são totalmente autônomos. Porém, ela reforça que seus carros são seguros e que seus dados mostram que os Teslas têm menos acidentes por quilômetro percorrido e "ainda menos quando o piloto automático está em uso". Por último, a companhia deixa claro que os motoristas devem prestar atenção à estrada e seguir as recomendações da Tesla para retomar o controle de seus carros quando necessário.