Os incentivos para a exportação, anunciados na segunda-feira (12/5) pelo governo federal, deverão fazer com o que mercado brasileiro de terceirização de tecnologia cresça 50% em 2008, passando de 800 milhões de dólares para 1,2 bilhão de dólares já em 2008. A expectativa é da Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (Brasscom). Pelo pacote de incentivos, as empresas exportadoras pagarão 10% de contribuição previdenciária. em vez dos 20% em vigor atualmente. Além disso, deixarão de pagar 3,1%, correspondentes ao Sistema S, que significam as contribuições feitas pelas empresas ao Sesi, Senai, Senac. "Está claro para o governo que o setor de tecnologia da informação é de fundamental importância para a economia brasileira. Existe uma janela de oportunidades para a exportação de software e serviços que, se não fosse aproveitada agora, perderíamos totalmente para outros países", diz Antonio Gil, presidente da Brasscom. Hoje, segundo Gil, o mercado mundial de terceirização offshore - em que os serviços são prestados fora do país da empresa que os contrata - é de 70 bilhões de dólares no mundo, com potencial de chegar a 300 bilhões de dólares em curto prazo. O maior problema de o Brasil conseguir abocanhar uma fatia significativa desse valor estava justamente na carga tributária incidente sobre a mão-de-obra das empresas de software e serviços. "Já perdemos nos últimos anos oportunidades avaliadas em 1,5 bilhão de dólares para países vizinhos como Argentina, México e Chile em virtude da carga tributária elevada. Com essas medidas iniciais, devemos atrair parte dos novos investimentos e compensar o que perdemos", afirma Gil. Com essas medidas de desoneração às exportadoras, a expectativa é que o mercado offshore de TI no Brasil atinja 5 bilhões de dólares até 2011. No entanto, o pacote apresentado está longe de tornar o Brasil um pólo "econômico" para a terceirização. A indústria estima que o país continuará entre 20% e 30% mais caro que os vizinhos da região que configuram alternativas importantes à Índia - frente a 50% antes do pacote. Mas ainda sim, as grandes empresas que olham para o potencial do país, segundo Gil, estão dispostas a pagar essa diferença em virtude da qualidade do desenvolvimento e dos serviços prestados. Embora as empresas de software e serviços comemorem os incentivos para a exportação, alertam também para a importância de o governo conceder benefícios para o mercado interno. Entre eles, cita a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), estaria a desoneração da mão-de-obra para as empresas que produzem localmente e a revisão da carga tributária que incide sobre o software, o que eleva o preço dos programas de computador e dão margem à pirataria.