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EUA rotula Tencent como "empresa militar chinesa"; ações caem até 9,8%

Gigante chinesa nega vínculo militar e diz que vai trabalhar para reverter classificação nos EUA

Tencent: revés nos EUA causou sua maior queda intradiária em quase três meses em Wall Street (GREG BAKER/Getty Images)

Tencent: revés nos EUA causou sua maior queda intradiária em quase três meses em Wall Street (GREG BAKER/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 16h23.

Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 16h24.

A Tencent, gigante chinesa de mídias sociais e jogos, sofreu uma queda significativa em suas ações nos Estados Unidos nesta segunda-feira, 6, após o Departamento de Defesa dos EUA classificá-la como uma "empresa militar chinesa" em operação no país. A lista também incluiu a Contemporary Amperex (CATL) e a Autel Robotics, segundo registro no Federal Register.

Embora a inclusão na lista do Pentágono não traga automaticamente sanções específicas, ela tende a desestimular empresas americanas de negociar com as entidades nomeadas. Em resposta, a Tencent afirmou que sua inclusão foi um “claro engano”.

Com o revés, as ações da Tencent nos EUA caíram até 9,8%, sendo negociadas a US$ 47,94, marcando sua maior queda intradiária em quase três meses. A Prosus NV, que detém cerca de 25% da Tencent, também registrou queda de 9,6% em negociações nos EUA.

Origem da lista e contexto político

A inclusão de empresas chinesas na lista do Pentágono remonta a uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump em 2020, que proíbe investimentos americanos em empresas controladas ou pertencentes ao exército chinês. Essa medida faz parte de um esforço maior dos EUA para conter práticas comerciais consideradas abusivas por parte de Pequim.

A Tencent, uma das empresas de tecnologia mais valiosas da China, já enfrenta dificuldades devido à desaceleração do consumo doméstico no país. No entanto, seu portfólio diversificado de jogos e o crescimento na divisão de fintech têm permitido que a empresa se saia melhor que concorrentes. Em 2023, suas ações listadas em Hong Kong subiram mais de 42%.

Precedentes de remoção da lista

Algumas empresas chinesas já conseguiram ser removidas dessa lista. Em 2021, a Xiaomi, gigante de smartphones, chegou a um acordo com o governo dos EUA e teve sua designação como empresa militar chinesa anulada. Em 2022, a Advanced Micro-Fabrication Equipment também foi retirada após contestar sua inclusão.

O Departamento de Defesa informou que as empresas na lista têm direito de solicitar reconsideração. Na mesma atualização, diversas companhias foram removidas, como a Beijing Megvii Technology e a China Railway Construction.

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