Tecnologia

Teles esperam eliminar celulares não homologados em 4 anos

Prazo não consta do plano de ação entregue à Anatel, mas é a expectativa do mercado considerando a renovação natural do parque de aparelhos


	Homem fala no celular: estima-se que 20% dos aparelhos em funcionamento no Brasil sejam piratas
 (Carl Court/AFP)

Homem fala no celular: estima-se que 20% dos aparelhos em funcionamento no Brasil sejam piratas (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 10h18.

São Paulo - As operadoras móveis brasileiras esperam limpar dentro de quatro anos a base de celulares piratas existente no Brasil, estimada em algumas dezenas de milhões de unidades (fala-se em 20% da base). Trata-se de uma previsão interna do setor, que não consta explicitamente do plano de ação entregue pelas empresas à Anatel, em resposta ao ofício da agência reguladora que exige a instalação de um sistema único para identificação e bloqueio de celulares não-homologados.

Quatro anos seria o tempo natural de renovação da base, explica uma fonte que acompanha a negociação entre operadoras e Anatel. Os detalhes para essa transição, contudo, ainda serão definidos futuramente. Uma coisa é certa: os novos celulares piratas que tentarem acessar as redes serão bloqueados depois que o sistema entrar em funcionamento. A notícia sobre a exigência da Anatel foi publicada por este noticiário na segunda-feira passada, 4.

O gerenciamento do sistema ficará a cargo da ABR Telecom, mesma entidade que cuida hoje da portabilidade numérica. A associação precisará contratar uma plataforma de gerenciamento de terminais (MDM, na sigla em inglês). A Anatel ordenou em seu despacho que o sistema entre no ar em um prazo de 12 meses. Fontes que acompanham a negociação consideram o prazo relativamente apertado, mas exequível. Entretanto, caso haja algum problema no fornecimento da plataforma ou na adequação dos sistemas de tecnologia da informação das teles, pode ocorrer atraso.

Eficiência

Por mais atualizada que seja a plataforma a ser contratada, ela dificilmente será 100% eficiente. A falsificação de números de identificação de celulares (IMEI) e de seus modelos (TAC) é algo relativamente fácil de ser feito pelos fabricantes piratas. Separar o joio do trigo é uma tarefa complicada e, eventualmente, haverá falhas. Mas a concentração do combate em uma plataforma unificada e a mera intenção de se bloquear os piratas (o que nunca foi feito até agora) devem contribuir para pelo menos diminuir o problema. O sistema também fará o controle dos números de identificação dos SIM Cards (IMSI, ou International Mobile Subscriber Identification).

Para usuários em roaming internacional ou clientes brasileiros que trazem aparelhos legalmente do exterior, será usada uma base de dados mundial de modelos de aparelhos, além de adotados critérios cuidadosos para se evitar o bloqueio equivocado. Os detalhes, porém, ainda não constam do documento enviado pelas teles à Anatel e serão negociados ao longo dos próximos meses com a agência reguladora.

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