A União Internacional de Telecomunicações diz que monopólio e amarras do mercado mantêm os preços altos no Brasil (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2011 às 10h05.
São Paulo -- O brasileiro continua pagando por um dos serviços de celular mais caros do mundo. O alerta é da União Internacional de Telecomunicações (UIT), que apontou que, enquanto o mundo assistiu a uma redução média de 22% nas tarifas nos últimos dois anos, no Brasil, a queda foi de apenas 7%. Para a entidade, o país ainda não completou sua liberalização do mercado, e monopólios ainda são um obstáculo.
A queda nos preços internacionais fez com que o número de aparelhos no planeta passasse de 4 bilhões, em 2008, para 5,3 bilhões, em 2010, apesar da pior crise econômica mundial em 70 anos. No caso do Brasil, o país passou a ostentar a cifra de pouco mais de um celular por habitante. Em 2002, a taxa era de apenas 20%.
Ainda que tenha ocorrido a expansão, os preços continuaram elevados. A queda no custo das chamadas é bem inferior à que africanos assistem, por exemplo: em dois anos, as ligações na África tiveram redução de preços de 25%.
Em 2009, um brasileiro gastava, em média, 5,7% de sua renda com o serviço de celular, contra 7,5% em 2008. A taxa é mais de cinco vezes superior à medida na Europa. Em uma lista de 161 nações, apenas 40 têm serviços mais caros do que o Brasil. Em Mianmar, por exemplo, o custo chega a 70% da renda média de um cidadão.
Todos os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sul-americanos pagam menos pelo celular do que os brasileiros. Macau, Hong Kong, Dinamarca e Cingapura são os locais mais baratos para o uso do serviço. Nesses lugares, ele é responsável por meros 0,1% da renda média. Nos países pobres, a média é de 17%.