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Tecnologia ‘smart’ invade eletrodomésticos

As fabricantes promovem uma verdadeira corrida para adaptar tecnologias da indústria de tablets e smartphones nos lançamentos de geladeiras, fogões e lavadoras


	Geladeira da Electrolux: produtos da linha "i-kitchen" vêm equipados com tecnologia de smartphone, como telas touchscreen, memórias carregadas de receitas e entrada USB
 (Divulgação)

Geladeira da Electrolux: produtos da linha "i-kitchen" vêm equipados com tecnologia de smartphone, como telas touchscreen, memórias carregadas de receitas e entrada USB (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 11h00.

São Carlos - A cozinha do brasileiro ficará cada vez mais high-tech. As fabricantes de eletrodomésticos promovem uma verdadeira corrida para adaptar tecnologias da indústria de tablets e smartphones nos lançamentos de geladeiras, fogões e lavadoras.

A Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, começa a vender nesta terça-feira, 14, seu ‘smart fogão’, um produto desenvolvido no Brasil e considerado pela empresa o item mais "conectado" do seu portfólio global.

O fogão permite ao consumidor baixar receitas em um aplicativo no smartphone e programar o forno para prepará-las automaticamente. Esse é o segundo eletrodoméstico conectado à internet lançado pela Whirlpool no Brasil. O primeiro foi uma geladeira que permite compartilhar listas de compras com toda a família.

"Estamos entrando na era da conectividade. O consumidor quer se comunicar com o produto", disse o diretor de Design e Inovação da Whirlpool na América Latina, Mario Fioretti.

Para se adaptar a essa tendência, a Whirlpool trouxe profissionais da indústria de tecnologia para trabalhar nos seus quatro centros de inovação no Brasil. "Antes, nossos designers planejavam todo o layout do produto. Desde 2010, esse trabalho envolve também uma equipe que estuda a experiência do usuário para interagir com o produto", explica Fioretti.

Corrida

As duas maiores fabricantes de linha-branca no País vão ampliar os lançamentos neste ano. A Whirlpool apresenta hoje 32 novos produtos de um total de 160 que lançará no varejo brasileiro - 15% mais que em 2012. Já a Electrolux trará 100 novos produtos neste ano, 30% mais que em 2012.


A aposta em eletrodomésticos tecnológicos é uma tendência também na Electrolux. Desde dezembro de 2010, a empresa oferece produtos da linha "i-kitchen", que vêm equipados com tecnologia de smartphone, como telas touchscreen, memórias carregadas de receitas e entrada USB.

Os produtos ainda são offlines, mas capazes de interagir com o consumidor, segundo a gerente de produto da Electrolux, Luana Inocentes.

Criada no centro de desenvolvimento de produtos da Electrolux em Curitiba, a tecnologia será "exportada" para unidades da empresa dos Estados Unidos e na Austrália. "O Brasil é referência em inovação na Electrolux", disse Luana.

Utilidade

A inclusão de novas tecnologias nos eletrodomésticos só faz sentido se trouxer benefício real ao consumidor, afirmam as fabricantes.

"Estamos avaliando produtos com conectividade, mas o benefício precisa ser relevante para o consumidor. Ele não vê utilidade em entrar no Twitter pela geladeira ", disse Luana. A Whirlpool concorda. "O consumidor não quer firula. Ele quer uma funcionalidade que torne sua vida mais fácil", disse Fioretti.


A LG oferece produtos "superinteligentes" no exterior, como lavadora e aspirador de pó que podem ser controlados à distância. A empresa, no entanto, entende que a demanda por esse produto ainda é restrita no Brasil. O problema é que a tecnologia vem com preços salgados.

"O brasileiro com condições de pagar por uma lavadora que pode ser controlada à distância, por exemplo, já tem um empregado doméstico em casa que faça esse serviço por ele. Então, ainda não sentimos o interesse por esse tipo de funcionalidade", disse Marcelo Perin, diretor de vendas de linha branca da LG Electronics do Brasil.

Em um cenário de custos mais caros para empregados domésticos, a perspectiva das fabricantes é de que mais consumidores limpem a própria casa e precisem de tecnologia para facilitar a tarefa.

Outra tendência é de uma explosão de aparelhos conectados no mundo. A estimativa da Ericsson é que até 2020 existirão 50 bilhões de dispositivos conectando pessoas com outras pessoas ou com objetos, como carros e geladeiras.

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