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Taxistas de Londres planejam protesto contra o app Uber

Motoristas profissionais de toda a Europa estão demonstrando uma crescente oposição ao aplicativo, que ajuda motoristas a cobrar pelas corridas


	Aplicativo Uber: motoristas que utilizam o aplicativo estão autorizados a transportar passageiros sem seguir as mesmas regras que os outros serviços
 (Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg)

Aplicativo Uber: motoristas que utilizam o aplicativo estão autorizados a transportar passageiros sem seguir as mesmas regras que os outros serviços (Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2014 às 15h35.

Londres - Os taxistas de Londres estão planejando um protesto com 10.000 táxis no próximo mês, pois motoristas profissionais de toda a Europa estão demonstrando uma crescente oposição ao aplicativo da Uber Technologies.

Os motoristas se encontrarão no início de junho em um ponto de referência de Londres que ainda não foi anunciado, disse Steve McNamara, secretário-geral da Associação de Motoristas de Táxi Licenciados.

Os motoristas que utilizam Uber estão autorizados a transportar passageiros sem seguir as mesmas regras que os outros serviços, o que lhes concede uma vantagem injusta, disse.

O polêmico aplicativo, que ajuda motoristas particulares e profissionais a cobrar pelas corridas, enfrentou em diversos mercados protestos do setor de táxi, cujos motoristas costumam pagar exorbitantes taxas por licenças e autorizações e reclamam que os carros que utilizam o aplicativo da Uber, empresa que tem sede em São Francisco, têm uma vantagem injusta.

“Só estamos dizendo que, se você quer vir a Londres e operar o modelo de negócios que está operando, você deveria fazer isso de acordo com as nossas leis”, disse McNamara em entrevista. “Trata-se do velho e bom senso britânico de jogo limpo. É inaceitável”.

A Uber disse que possui a licença necessária para a contratação privada de carros em Londres e adere a todas as regulações da Transport for London (TfL). Um porta-voz da TfL disse ontem que, embora estejam investigando o modelo operativo da Uber, “não vemos evidências que sugiram” que a Uber não seja adequada para ter uma licença.

Negócios incipientes

A Uber se autopromove como um meio para que os motoristas possam começar seus próprios negócios, exibindo perfis dos melhores motoristas em seu site, que inclui um estudante que usou o aplicativo para ganhar dinheiro nos fins de semana, uma mãe solteira que começou sua própria empresa e um homem que pediu demissão do trabalho para transportar passageiros por São Francisco.

Isso significa que o aplicativo pode atrair motoristas de fora da indústria de choferes profissionais, que podem ter distintas licenças e qualificações. Essa é uma diferença fundamental em relação a aplicativos similares, como o Hailo, que recruta motoristas de táxi.

Os carros em Bruxelas que utilizam o aplicativo estarão sujeitos a uma multa de 10.000 euros (US$ 13.863) depois que um tribunal local condenou os carros com Uber no mês passado.

A vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, disse que a proibição é “louca” e anticompetitiva.

Em Berlim, a associação de taxistas disse que o aplicativo Uber prejudica a concorrência porque viola regras que obrigam os motoristas de limusines a retornar à base depois de deixar os passageiros.

Em abril, um tribunal proibiu os serviços de táxi que utilizam o aplicativo, embora a injunção não tenha sido aplicada à época.

Motoristas e passageiros

Especificamente, McNamara disse que a contratação particular de veículos, como os carros com Uber, não têm autorização para portar taxímetros porque eles são reservados previamente e podem calcular uma tarifa com antecedência.

A regra visa impedir que as empresas cobrem quantias distintas ou surpreendam um passageiro com uma tarifa inesperada, disse. O aplicativo da Uber inclui um recurso que emula o taxímetro.

Além disso, os motoristas que utilizam Uber nem sempre têm uma licença de operador, o que significa que eles não deveriam receber pessoalmente as reservas dos clientes, disse McNamara.

“A Uber é a favor dos passageiros e dos motoristas – nosso objetivo é manter Londres em movimento com nosso inovador aplicativo a preços ótimos”, disse uma porta-voz da Uber.

Questão de seguro

A empresa também está enfrentando críticas em seu país natal. Aplicativos desse tipo “estimulam que motoristas não profissionais utilizem veículos pessoais para conduzir passageiros e obter lucro, um risco que o seguro automotivo pessoal simplesmente não cobre”, disse Dave Jones, comissário do Departamento de Seguros da Califórnia, em comunicado do mês passado.

A Uber disse que já oferece uma apólice comercial de US$ 1 milhão durante os traslados e uma cobertura de US$ 1 milhão para os motoristas que não tiverem seguros ou que tiverem seguros insuficientes.

A empresa foi avaliada em US$ 3,5 bilhões numa ronda de financiamento no ano passado após arrecadar dinheiro do braço de capital de risco da Google Inc. e da empresa de private-equity TPG Capital.

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