Kandahar, no Afeganistão: quando o Taliban governou o país, o acesso à internet foi proibido. Agora, o grupo fundamentalista usa a rede a seu favor (AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 08h50.
São Paulo -- Criada em dezembro do ano passado, uma conta no Twitter atribuída ao grupo fundamenta islâmico Taleban começou a enviar mensagens em inglês. A iniciativa é uma tentativa do grupo em se comunicar com o resto do mundo, apesar de restringir o uso da internet para pessoas sob domínio de seu regime. Enquanto governou o Afeganistão, o Taleban proibiu o uso da internet, de televisores e de aparelhos de som.
As mensagens publicadas na conta @alemarahweb trazem manchetes de notícias publicadas no site Islamic Emirate of Afghanistan – Voice of Jihad, página oficial do grupo. As notícias denunciam mortes de inocentes, atribuídas aos Estados Unidos, no Afeganistão. Antes de ser noticiada pelo jornal britânico The Guardian, a página contava com 224 seguidores. Agora já são 2.639.
Nesta sexta-feira, o grupo reivindicou a autoria de um ataque contra uma academia paramilitar no Paquisão. O ataque matou 80 pessoas. Segundo o porta-voz do grupo, Ehsanullah Ehsan, o ataque foi uma resposta à morte de Bin Laden. O Taleban assumiu o controle do Afeganistão em 1966. Depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, o grupo passou a ser alvo dos Estados Unidos, acusado de abrigar Osama Bin Laden. Atualmente, age como um movimento de guerrilha que tenta voltar ao poder.