Tecnologia

Tablet nacional pode custar 40% menos, diz Mercadante

Para o ministro da ciência e tecnologia Aloizio Mercadante, os tablets fabricados no Brasil poderão custar até 40% menos que os importados

A Samsung é uma das empresas que já têm projeto de fabricação local aprovado (Divulgação)

A Samsung é uma das empresas que já têm projeto de fabricação local aprovado (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2011 às 14h59.

São Paulo -- A partir de setembro, devem chegar ao mercado brasileiro os primeiros tablets fabricados no país, com 20% de componentes nacionais, e mais baratos do que os encontrados à venda atualmente. A previsão é do ministro da ciência e tecnologia, Aloizio Mercadante, um dos responsáveis no governo pela inclusão da indústria do tablet no Processo Produtivo Básico e na Lei do Bem (Lei nº 11.196), que reduz a zero as alíquotas pagas para o Programa de Integração Sócia (PIS)l e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Mercadante calcula que os tablets poderão custar até 40% menos se os descontos dados pelo governo federal e por alguns estados para incentivar a produção local chegarem ao consumidor. "No Natal, vamos ter muitos tablets baratos e em todas as opções para o consumidor. Acho que nós vamos ter um belo momento na indústria da computação no país", disse Mercadante, logo após conceder entrevista ao programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Nove empresas já se inscreveram para produzir tablets no país com incentivo fiscal – Samsung, Positivo, Motorola, Envision, AIOX, Semp Toshiba, LG, MXT e Sanmina-SCI. Outras seis estão com pedido em análise técnica – Itautec, Foxconn, Teikon Tecnologia, Compalead, Ilha Service e Leadership.

Segundo o ministro, o Brasil é o sétimo mercado para computadores e pode ser ainda mais atraente com a inclusão digital na educação. "Queremos levar o tablet para a escola pública e fazer como outros países já estão fazendo. Taiwan já acabou com o livro didático. Só tem livro na biblioteca. O aluno lê toda a bibliografia por meio do tablet que também é um caderno eletrônico. A Coreia, em dois anos, não terá livro didático. É o próximo passo do nosso projeto", disse Mercadante, que, nesta semana, esteve no Uruguai, onde todos os alunos da rede pública têm microcomputador portátil e todas as escolas têm acesso à internet.

Ciberdefesa

Após a transmissão do programa de rádio, Mercadante seguiu para o Quartel General do Exército para a abertura da 1ª Jornada de Trabalho de Defesa Cibernética. Segundo o ministro, a internet é estratégica porque já concentra um terço da movimentação financeira (depósitos e pagamentos). Além disso, os sistemas de energia, de controle de trânsito e de tráfego aéreo, por exemplo, têm interface na rede. Para ele, "o Brasil precisa melhorar a sua capacidade de defesa e está desenvolvendo tecnologia" contra ataques como os ocorridos em junho nos sites do governo federal e da Universidade de Brasília (UnB).

"Todos os crimes que existem dentro da sociedade, existem na internet. Os crackers são especializados nesse tipo de ataque", disse o ministro que tem interesse em se aproximar dos hackers. "Os hackers são os grafiteiros. Os crackers são os pichadores. Os hackers constroem. Os crackers destroem", diferenciou.

Para Mercadante, "há jovens talentosos que desenvolvem software livre e querem mais transparência da administração pública e mais acesso às informações. Com esses, temos que dialogar, ter política pública e trabalhar junto. Os outros nós vamos combater. Se tivermos um ataque, vamos saber nos defender e, se tivermos prejuízo, vamos saber restabelecer o serviço imediatamente", prometeu.

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