Espionagem (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2014 às 12h58.
Um funcionário alemão da Defesa investigado por suposta espionagem estava em contato com outro funcionário norte-americano do Departamento de Estado dos Estados Unidos, e não com agências de inteligência daquele país, o que desperta dúvidas sobre a ocorrência de espionagem, disseram nesta sexta-feira à Reuters autoridades norte-americanas familiarizadas com o caso.
As fontes, cientes dos detalhes do caso, disseram que o governo dos EUA acredita que o relacionamento entre o funcionário alemão e seu contato no Departamento de Estado é uma amizade. Se isso for confirmado pela investigação em andamento na Alemanha, pode ajudar a esfriar a crise na cooperação de segurança entre os dois países aliados.
Dois alemães estão sendo investigados por espionar para Washington, e o representante-chefe da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) em Berlim foi expulso da Alemanha.
No mínimo, o inquérito envolvendo o funcionário alemão da Defesa parece mais nebuloso que outro incidente ocorrido anteriormente - um empregado da agência de inteligência estrangeira da Alemanha, conhecida como BND, foi preso pela suspeita de espionar para a CIA e, possivelmente, para a Rússia.
Os dois casos, na esteira das revelações no ano passado de que os EUA estavam espionando a chanceler alemã, Angela Merkel, causaram um esfriamento nos laços de segurança entre os dois países.
Na quinta-feira, o governo alemão anunciou a adoção da medida quase inédita de pedir ao chefe local da CIA, que coordena a cooperação de inteligência dos EUA com seus colegas alemães, que deixasse o país.
No caso do funcionário alemão da Defesa, embora seu local de trabalho e sua residência tenham sido revistados pela polícia vários dias atrás, ele não tinha sido detido até esta sexta-feira, disse uma fonte do governo alemão.
O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, torce para que a investigação alemã se mostre infrutífera e que seja encerrada sem prisões, disseram duas autoridades. Mas o inquérito continua em andamento.
Por Mark Hosenball